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Exposição da Tragédia de Mariana “Do Rio que Era Doce – às águas do semiárido” chega a Caetité (BA)
03 de outubro de 2017

A abertura da Exposição Itinerante “Do Rio que Era Doce – às águas do semiárido: riscos e danos do modelo mineral aos povos da caatinga e do cerrado baianos”, aconteceu nesta quarta-feira (28), em Caetité (BA). A exposição está integrada a programação do Seminário Interdisciplinar em Ensino, Extensão e Pesquisa – SIEP, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
A exposição pretende dar visibilidade a discussão do projeto mineral brasileiro que atinge diretamente as comunidades e territórios regionais, e receberá a comunidade acadêmica, escolas do ensino médio, organizações e entidades locais e populações locais. A mesa de abertura contou com a participação de representantes dos movimentos sociais, da academia e da comunidade, que debateu e expôs o quadro atual da realidade nacional do Projeto Mineral e seus efeitos no contexto regional.
A programação é aberta e gratuita, e segue até a amanhã, dia 29, das 8h às 18h, com apresentação de vídeos-debates, rodas de conversa e visitação guiada aos materiais que dão visibilidade ao caso do rompimento da barragem de rejeitos do Fundão da cidade de Mariana (MG), e dialogam diretamente com a condição da construção projetada pela Bahia Mineração – Bamin para a realidade da local.
Todos e todas estão convidados a compor esta construção de uma discussão popular sobre as contradições do modelo mineral vigente.
Realização: Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente a Mineração
Articulação na Bahia: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Grupo de Pesquisa Geografar (UFBA), Movimento pela Soberania Popular da Mineração (MAM), Movimento Paulo JAckson – ètica, Justiça e Cidadania
Organização: Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente a Mineração
Apoio: Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, Movimentos os Trabalhadores Rurais Sem Terra.


Texto: Camila Mudrek
Comissão Pastoral da Terra Regional Bahia
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.