Painel ecumênico com Marcelo Barros e Nancy Cardoso
29 de outubro de 2018

O monge beneditino Marcelo Barros e a pastora metodista Nancy Cardoso se encontram no dia 08 de novembro, às 16h, em Salvador (BA), para o Painel Ecumênico “Escutar os clamores: A resistência popular tece a esperança!”, um momento de reflexão diante dos retrocessos em curso no Brasil. As inscrições para o evento, que acontece no Museu de Arte da Bahia, podem ser realizadas gratuitamente pelo Sympla.
A ação integra a programação da Semana da Solidariedade, realizada pela Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). As entidades celebram 30 e 45 anos, respectivamente, na luta pela defesa e garantia de direitos.
O evento, que segue até o dia 10 de novembro, tem como destaque a Feira de Sabores e Saberes,um espaço que integra a comercialização de produtos da Economia Solidária com sarau, teatro, poesia e rodas de conversa sobre raça e gênero. Entres os produtos que serão comercializados estão itens gastronômicos como pão de macaxeira, bolacha de tapioca e batata doce, queijada, bolo bacia, mel, cocadas e compotas de frutas, pescados, além de artesanatos em sisal, crochê, bordados, turbantes, bolsas, livreiros, bonecas e outros itens.
Conheça os palestrantes:
Nancy Cardoso é pastora metodista, teóloga e filósofa com mestrado e doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. É pós-doutora pela Universidade Estadual de Campinas, foi reitora da Universidade Bíblica Latino-Americana (UBL), agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na região Sul Rio e professora na Universidade Severino Sombra, de Vassouras (RJ).
Marcelo Barros é autor de 44 livros publicados, foi membro do secretariado nacional da Comissão Pastoral da Terra ( CPT) por 14 anos e hoje é membro do Fórum Diálogos pela Diversidade Religiosa e contra a Discriminação, organismo do Ministério Público em Pernambuco, e também participa do Comitê Inter Religioso pela Democracia. Barros é reconhecido por desenvolver uma teologia de um cristianismo aberto às outras religiões. Ainda na década de 60 integrou uma fraternidade ecumênica na qual viviam irmãos católicos e evangélicos e nos anos 90 se inseriu na relação com comunidades de tradição afro-brasileira.
Confira a programação :
- 08/11
16h – Painel Ecumênico “Escutar os clamores: A resistência popular tece a esperança!”
- 09/11
9h às 18h – Feira de Sabores e Saberes + Tenda das Mulheres
15h – Lançamento do vídeo documentário Sem medo de ser mulher
15h30 às 17h30 – Roda de Conversa
O protagonismo das mulheres na construção de uma outra economia inspirada na solidariedade e no compartilhamento de sabores e saberes
17h30 – Lançamento da Cartilha Fundos Rotativos Solidários
18h – Apresentações artísticas : poesia, música, performance artística
- 10/11
9h às 18h – Feira de Sabores e Saberes + Tenda das Mulheres
11h – Lançamento de vídeo documentário sobre Convivência com Semiárido
14h às 16h Sarau – Juventudes e Raça ( Poesia, Música e Teatro)
Participação: Sarau da Onça, Grupo de Hip Hop da Casa do Sol e Percussão do MOCA
Temática: Juventudes sonhando, criando e transformando juntos pela construção da paz, equidade de gênero e racial.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!