“Comunicação nos trouxe voz”, afirmam comunicadoras indígenas na Amazônia e Cerrado
05 de setembro de 2024
No dia internacional da mulher indígena, dia da Amazônia e na semana do dia do Cerrado (11), a CESE lança resultado do mapeamento de comunicadoras Indígenas
O mapeamento de comunicadoras indígenas é uma ação fundamental para promover a visibilidade e o fortalecimento das vozes dessas mulheres nos meios de comunicação. A iniciativa fortalece as vozes e a presença das mulheres indígenas no campo da comunicação e traz uma visão abrangente das habilidades, experiências e necessidades das comunicadoras mapeadas.
Essa é uma atividade que integra o projeto “Patak Maymu: Autonomia e participação das mulheres indígenas da Amazônia e do Cerrado na defesa de seus direitos”, realizado pela Cese com apoio e financiamento da União Europeia, que tem a finalidade de fortalecer o protagonismo de mulheres indígenas e suas organizações dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Muitas vezes, as vozes das mulheres indígenas são marginalizadas ou ignoradas pelos meios de comunicação dominantes. O papel das mulheres na comunicação é importante para o fortalecimento do movimento pelos direitos dos povos indígenas. Elas ajudam a moldar a narrativa pública, desafiam injustiças e promovem mudanças positivas, desempenhando um papel vital na luta pela igualdade e justiça para suas comunidades.
O mapeamento mostra a diversidade de experiências e enfoques das comunicadoras indígenas, além de destacar os desafios específicos enfrentados por elas.


Realização do mapeamento de comunicadoras indígenas
O processo de mapear as comunicadoras indígenas aconteceu em três fases, em que a metodologia de realização do mapeamento previu a jornada dessas etapas e se manteve aberta para que os achados de uma fase validassem a sequência do trabalho na etapa seguinte. Contou com a participação de 121 mulheres de 58 povos, com faixa etária entre 15 a 55 anos.
A primeira fase foi a Coleta coletiva presencial, realizada em Fevereiro de 2024 no Mato Grosso do Sul, durante o Encontro de “Mulheres Indígenas do Cerrado”. A segunda foi a Pesquisa digital, realizada por meio de formulário online aplicado entre 23 de fevereiro e 18 de março, e a terceira, a Entrevistas em profundidade, realizadas de forma síncrona entre 11 a 29 de maio de 2024, por meio de plataforma digital em vídeo.
Através desse mapeamento, é possível identificar e destacar as contribuições dessas comunicadoras, promovendo maior visibilidade e reconhecimento de suas histórias e perspectivas. Essa ação também ajuda a criar redes de apoio e colaboração entre comunicadoras de diferentes regiões, o que pode fortalecer suas iniciativas e ampliar o alcance de suas mensagens.
Leia a matéria completa no Brasil de Fato Brasília-DF
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VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.