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Está no ar a agenda coletiva da 11ª edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver!
04 de julho de 2023

Por Odara – Instituto da Mulher Negra
As 446 atividades acontecerão durante todo o mês de Julho em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal
Já está disponível a agenda de atividades coletivas da 11ª edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver. Neste ano a agenda apresenta 446 atividades articuladas por 230 organizações de mulheres negras ou mistas em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal.
As atividades incluem rodas de conversa, festivais, exposições, ciclos de formação política, dentre diversas outras ações que acontecem nos formatos presencial, virtual e híbrido. A extensa programação conta ainda com cerca de 50 atividades do Julho das Pretas nas Escolas, que acontecem em parceria com professores, gestores e estudantes da rede pública e privada.
O tema que norteia as ações do Julho das Pretas em 2023 é Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, fazendo referência à construção da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em 2025; ao debate sobre reparação histórica para a população negra; e ao Bem Viver, paradigma que orienta a ação de grande parte dos movimentos de mulheres negras no Brasil, desde o processo de mobilização para a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo a Violência e pelo Bem Viver, que aconteceu em novembro de 2015, em Brasília.
A 11ª edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver é mobilizada pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Rede de Mulheres Negras do Nordeste e Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira.
Confira a agenda completa e fique por dentro das atividades do seu estado!
Agenda da 11ª edição do Julho das Pretas Baixar
A CESE e o Julho das Pretas
Idealizado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-americana e Caribenha, e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Todos os anos, o movimento de mulheres negras da região Nordeste, a partir da Rede de Mulheres Negras do Nordeste em diálogo com Articulação de Organizações de Mulheres Negras (AMNB), se reúnem para escolha do tema do Julho na região, dialogando com os principais desafios políticos das mulheres negras naquele mês.
A CESE, organização ecumênica que atua na promoção, defesa e garantia de direitos, identifica e reconhece a existência do racismo ambiental, institucional e estrutural na construção histórica do Estado e da sociedade brasileira. É por isso que a CESE é parceira desta iniciativa desde sua primeira edição: por entender que esta é uma importante ferramenta de fortalecimento das organizações de mulheres negras, de visibilidade da luta e de incidência política.
Através do Programa de Pequenos Projetos, a CESE incentiva a reflexão e a prática de fortalecimento e discussão das pautas de gênero e raça. O apoio ao Julho das Pretas fortalece a iniciativa da CESE de autoconstrução dentro de uma linha de apoio a projetos e formação que siga a sua Política Institucional de Equidade Racial, instituída em 2019.
Saiba mais sobre o Julho das Pretas no site do Odara – Instituto da Mulher Negra.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!