Abrindo oficialmente as atividades comemorativas pelos seus 50 anos, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço realiza entre os dias 13 e 14 de março o VIII Encontro CESE e Movimentos Sociais. Iniciativa tradicional da organização, o momento é uma de suas principais estratégias para se manter atenta e alinhada à luta popular. Em seguida, no dia 15, será realizado o encontro entre a instituição, Processo de Diálogo e Articulação (PAD) e agências parceiras.
O encontro com movimentos acontece desde 2005. Reunindo em Salvador várias lideranças de diferentes movimentos do Brasil, sua proposta é de promover um caloroso momento de reflexões, análises de conjuntura, trocas de afetos, saberes e muita escuta. Os diálogos contam também com a participação de representantes das agências internacionais parceiras da CESE.
Este ano, o evento recebe representações de movimentos do campo, urbanos, indígenas, negro, de luta contra a mineração, de mulheres, ecumênicos e inter-religiosos, de atingidos/as por barragens, de povos e comunidades tradicionais, de juventude, agroecológicos, de direitos humanos, LGBTQIAP+ e do Cerrado.
O VIII Encontro CESE e Movimentos Sociais marca também o retorno da atividade, que foi realizado pela última vez em 2019, ano que marcou o início de um período de criminalização dos movimentos por parte da extrema direita. Normalmente realizado a cada dois anos, o evento vinha sendo adiado desde 2021 por conta do distanciamento social que se fez necessário durante a pandemia de covid-19.
Para o coordenador de Projetos e Formação da CESE, Dimas Galvão, este encontro é um espaço privilegiado de diálogo, de escuta e de reflexão. “Será um momento para refletir sobre as estratégias dos movimentos populares para a defesa de direitos na atual conjuntura e como a organização pode continuar dando sua contribuição”, afirma.
“Consideramos a edição de 2023 especialmente importante porque, no novo cenário político e social que emergiu depois do processo eleitoral de 2022 – mas que foi se desenhando no período anterior – nos instigam a uma renovada reflexão sobre o papel dos movimentos nesse contexto. Além disso, coincidirá com os 50 anos de fundação da CESE e será uma oportunidade para celebrarmos e renovarmos nosso compromisso com a causa dos direitos humanos em companhia de nossos/as parceiros/as políticos/as”, explica.
Diálogo e articulação histórica com movimentos sociais
A CESE sempre estabeleceu diálogos bilaterais com alguns segmentos de movimentos considerados estratégicos – como MST, MAB, MPA, Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), Fórum Nacional da Reforma Agrária (FNRA), organizações indígenas, Fórum Nacional de Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional – a fim de compreender o contexto de atuação de cada segmento e discutir prioridades para apoio de acordo com a leitura de realidade oriunda das próprias organizações e movimentos.
A CESE é, frequentemente, convidada a participar em alguns espaços estratégicos dos movimentos sociais, como fóruns, redes e articulações por eles protagonizadas, nos quais são discutidas as estratégias de ação desses segmentos.
Na experiência dos Encontros CESE e Movimentos Sociais, são convidadas representações dos principais segmentos em atuação no país para realizar uma leitura conjunta da conjuntura do país e as diversas estratégias de intervenção dos segmentos. Esses encontros tiveram início em 2005 e, a partir de 2007, passaram a ser realizados logo após o Encontro CESE e Agências, diante do interesse destas em também ouvir as organizações e movimentos populares.