Programa Virando o Jogo fortalece organizações populares com curso sobre Mobilização de Recursos Locais

Entre os dias 19 e 23 de agosto, a CESE realizou a terceira Oficina de Formação em Mobilização de Recursos Locais, em Salvador. O curso faz parte do Programa Virando o Jogo, programa de apoio ao fortalecimento de organizações nas áreas de mobilização de recursos locais e incidência política – uma iniciativa da agência de cooperação holandesa Wilde Ganzen, em conjunto com Smile Foundation (Índia), KCDF (Quênia) e CESE (Brasil), com o apoio do governo holandês.

O curso contou com a participação de organizações populares rurais e urbanas que lutam pelo direito à cidade, como pescadoras, extrativistas e apanhadoras de flores, mulheres negras, juventude, grupos de arte e cultura e representantes do movimento de luta por moradia. A formação para este público foi composta por uma fase presencial de cinco dias, incluindo aprendizagem combinada on-line, através do Portal Virando o Jogo, além do acompanhamento de trabalho individual à distância pós-curso.

Para a participante Jéssica Reis, do Coletivo Incomode, a participação na formação trouxe uma reverberação sobre como potencializar ações já desenvolvidas pelo movimento. Para ela o curso ajudará no aprimoramento da mobilização de recursos: “O curso vem para ajudar a quebrar esse estereótipo criado pela sociedade de que jovem suburbano não tem cultura ou que só vive na rua. Nós do Coletivo Incomode já temos uma atuação nesse sentido e esse curso só veio somar“.

A programação da formação foi composta por conteúdos sobre o ciclo da mobilização de recursos, rede de relacionamento, comunicação, planejamento e a uma roda de conversa sobre “Conjuntura e Sustentabilidade – Desafios e Perspectivas” com a presença de Felipe Estrela (Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais – AATR/Bahia) e Raiovana Santana (Movimento de Cultura Popular do Subúrbio – Bahia) que trouxeram em suas falas as vivências dos movimentos sociais e a reflexão sobre o papel de cada organização no atual contexto político.

Para Marília Pinto, analista de Comunicação da CESE e uma das facilitadoras do curso, a área de mobilização de recursos tem sido uma demanda crescente no diálogo e articulação da CESE com os movimentos populares, sobretudo no cenário de violação de direitos vivenciado no Brasil: “Diante de tanto retrocesso com as minorias, somos desafiados/as a contribuir com o fortalecimento e as condições de sustentabilidade dos grupos, reconhecendo a importância da autonomia para a afirmação da democracia e as possibilidades de transformação social através da articulação em rede.”.

Nilce Garcês, representante do Grupo Mulheres Negras Mãe Andresa, relata que o curso colaborou para ampliar a visão sobre o que é mobilização de recursos: “Para mim, essa questão estava muito mais voltada para editais e elaboração de grandes projetos. Quando retornar para o Maranhão, a primeira coisa que vou fazer é organizar um bazar.”, descreve Nilce.

No mês de outubro, a turma se reunirá para a realização de um Seminário Virtual sobre as atividades desenvolvidas pós curso: para compartilhamento do folder, caso a ser apoiado e planejamento sobre mobilização de recursos.