Projeto Prevê Reabertura Dos Limites De Terra Indígena Shawãdawa Do Acre
14 de abril de 2025
O Instituto Catitu com o povo Shawãdawa do Acre, através do apoio do Programa de Pequenos Projetos da CESE, executou projeto com o objetivo da reabertura dos limites da terra indígena Arara. A terra é demarcada, mas enfrenta ameaças como invasões e desinformação entre os jovens sobre a história da luta por aquele território.

Mari Correia, diretora do Instituto Catitu, explica: “Foi uma etapa crucial de um projeto grande, e esse apoio da CESE chegou num momento-chave. A gente contava com a participação de 20 jovens, mas o engajamento foi tão grande que chegamos a 80. Precisávamos de apoio extra para transporte e alimentação, e foi justamente aí que a CESE entrou”.
A parceria se deu porque a associação local do povo Shawãdawa enfrentava dificuldades de documentação e não pôde apresentar diretamente o projeto. Assim, o Instituto Catitu – parceiro de longa data, especialmente nas ações com as mulheres indígenas – assumiu o papel de organização proponente.
O projeto contempla também uma dimensão audiovisual, liderada por um coletivo de mulheres indígenas formado desde 2020. A proposta inclui formação técnica em audiovisual, educação em direitos e protagonismo feminino.
“Esse filme que está sendo produzido por elas sobre o território é, ao mesmo tempo, um registro histórico e uma ferramenta de reconexão da juventude com sua história e sua terra. É um jeito de dizer: ‘Olha o que foi preciso conquistar para hoje estarmos aqui’. É um trabalho de memória, de fortalecimento e de afirmação”, destaca Mari.
Ela ainda reforça a importância do apoio da CESE justamente por ser sensível às urgências das comunidades. “Às vezes falta só um ponto para completar o todo. Esse apoio permitiu que mais jovens vivessem uma experiência transformadora. Parece pouco, mas foi essencial.”

O projeto segue com ações de plantio nos limites das terras reabertas, fortalecendo não apenas o vínculo com o território, mas também práticas sustentáveis e coletivas que marcam a luta e a autonomia dos povos indígenas.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.