Projeto Dabucury abre chamada para pareceristas do 2º Edital
04 de julho de 2025
Prazo para envio de propostas vai até 18 de julho
ACESSE O EDITAL COMPLETO – TDR PARECERISTA AQUI.
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE está com chamada aberta para a seleção de pareceristas que irão atuar no 2º Edital do Projeto Dabucury, voltado ao fortalecimento da gestão territorial e ambiental de organizações indígenas da Amazônia Legal.
A oportunidade é destinada a pessoas jurídicas com experiência na análise técnica de projetos, especialmente ligados à Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). Os(as) pareceristas selecionados(as) apoiarão o processo avaliando as propostas recebidas pelo edital, contribuindo para garantir que os recursos cheguem às iniciativas alinhadas com os objetivos do projeto.
Sobre o Projeto Dabucury
O Projeto Dabucury é executado pela CESE em parceria com a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), com apoio do Fundo Amazônia/BNDES. A iniciativa tem como foco o fortalecimento de organizações indígenas por meio de apoio técnico, político e financeiro para ações de gestão em seus territórios.
Desde janeiro de 2024, o projeto atua diretamente com povos indígenas da Amazônia Legal, apoiando estratégias que reforçam a autonomia, a sustentabilidade e a proteção das terras indígenas.
Como será o trabalho
O serviço será realizado de forma remota, com início previsto para setembro de 2025. As etapas incluem:
- Participação em uma reunião virtual de orientação: 17/09
- Análise de até 30 propostas de projetos: 17/09 a 17/10
- Entrega dos pareceres técnicos via formulário padrão da CESE: até 17/10
- Reunião final de apresentação: 20/10
O contrato será de até 30 dias, com possibilidade de prorrogação. O pagamento será realizado após a entrega e aprovação dos pareceres e mediante apresentação de nota fiscal. O valor será negociado diretamente com os(as) selecionados(as).
Quem pode participar
A chamada é destinada a pessoas jurídicas, com o seguinte perfil:
- Formação superior em áreas como ciências humanas, sociais, ambientais ou afins
- Experiência com projetos ligados à PNGATI, especialmente na elaboração de IGATIs e PGTAs
- Vivência na análise de propostas com foco em povos indígenas
- Boa capacidade de síntese e escrita
- Ser indígena será considerado um diferencial
Como se candidatar
As inscrições estão abertas até o dia 18 de julho de 2025, às 23h59. Para participar, é necessário enviar a documentação listada abaixo para o e-mail dabucury@cese.org.br, com o assunto: TDR Parecerista.
Documentos exigidos:
- Currículo da pessoa responsável pela análise
- Carta de intenção (destacando a experiência com projetos indígenas)
- Contato de duas referências (nome, telefone, e-mail, organização)
- Cartão do CNPJ
- Dados bancários e chave Pix da pessoa jurídica
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.