Posicionamento da Cooperação Brasil (kobra e.v.): ameaça à democracia no Brasil
19 de abril de 2018
Como rede formada por diversos membros, entre grupos de solidariedade ao Brasil, instituições de apoio e membros individuais dos países de língua alemã, a Cooperação Brasil acompanha os desdobramentos políticos no Brasil há mais de 25 anos, em especial os acontecimentos pós-impeachment, onde no de 2016, a presidente eleita democraticamente, Dilma Rousseff foi deposta de seu cargo através de um golpe institucional.
A condenação do ex-presidente e pré-candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, representa mais uma ameaça de rompimento de estruturas democráticas, com o intuito de excluir Lula da candidatura às eleições de 2018. Quando a neutralidade do judiciário não é mais dada e as intenções políticas são predominantes, os princípios do estado de direito são colocados em questão. O cenário alcança além do mais uma dimensão preocupante, quando militares da ativa se posicionam publicamente na questão da culpa do Lula, contrariando suas funções pré-estabelecidas na constituição federal.
A ex-ministra da Justiça da Alemanha, Prof. Dr. Herta Däubler-Gmelin, considerou o processo contra Lula ilegal.
Apesar da Cooperação Brasil assumir frequentemente uma clara postura crítica em suas avaliações em relação a algumas posições políticas do Lula e do PT, percebemos que na atual situação é necessário deixar as diferenças políticas de lado e priorizar a solidariedade com os movimentos sociais, as esquerdas e com Lula, afim de evitar um maior desmantelamento da democracia e dos direitos humanos.
Paralelo a esses acontecimentos, a radicalização e a violência no cenário político brasileiro aumentam de forma vertiginosa. A atuação de grupos e foros da sociedade civil vêm sendo dificultada. Pode-se verificar o aumento da violência contra os defensores dos direitos humanos, mais recentemente contra a defensora dos direitos, Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, que foram executados nas ruas do Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018. O atlas da CIVICUS, que realiza uma compilação dos perfis da sociedade civil em diferentes países, classifica a situação dos direitos humanos no Brasil como altamente problemática.
Hoje, os movimentos sociais se encontram em um agudo processo de criminalização pelo estado brasileiro, onde projetos de lei são utilizados de forma exacerbada para difamar suas atividades como atos terroristas. Diante da parceria estratégica e interestatal entre a Alemanha e o Brasil, consideramos pertinente, que o governo federal alemão use de forma mais efetiva os canais diplomáticos cabíveis, visando assim o respaldo à defesa da democracia brasileira.
Assembleia-geral da Cooperação Brasil (Kooperation Brasilien – KoBra e.V.); 14 de abril de 2018.
Originalmente publicado por KoBra – Kooperation Brasilien e.V. em:
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!