Pão para o Mundo em preocupação com a Democracia e Direitos Humanos no Brasil
31 de outubro de 2018
Berlim, 29 de outubro de 2018. Após a vitória do candidato ultra-direitista Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do Brasil, Brot se preocupa com o mundo e seus parceiros brasileiros pela democracia e pelo respeito aos direitos humanos no maior país da América Latina. O recém-eleito presidente glorificou a ditadura militar brasileira (1964-1985) na campanha eleitoral e repetidamente fez comentários depreciativos sobre os pobres, os negros e os homossexuais. Como uma de suas primeiras medidas, Bolsonaro anunciou que vai afrouxar o Estatuto do desarmamento. Entre outras coisas, ele planeja expandir o desenvolvimento econômico da região amazônica, independentemente das conseqüências para a população indígena e tradicional que vive lá e do enorme impacto sobre a mudança climática.
Cornelia Füllkrug-Weitzel, presidente da Bread for the World, diz: “Os anúncios feitos pelo novo presidente são motivo de preocupação. No início do século, o Brasil alcançou grandes êxitos no combate à fome e no controle do desmatamento das florestas tropicais. Esses avanços estão agora em jogo, já que o futuro presidente declarou abertamente na campanha eleitoral que ele representa os interesses dos proprietários de terras e das empresas madeireiras. Ativistas ambientais, movimentos sociais e povos indígenas já estão sendo ameaçados ”. Füllkrug-Weitzel explica que a Pão para o Mundo continuará apoiando organizações parceiras no Brasil nesta difícil situação.
Darci Frigo, um proeminente ativista de direitos humanos, vice-presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos e Diretor da Terra de Direitos, uma organização parceira brasileira Pão para o Mundo, diz: “Bolsonaro prometeu durante a campanha eliminar os movimentos sociais no Brasil. É um desafio para as organizações da sociedade civil que tanto fizeram para melhorar as condições de vida e criar uma cultura de diversidade, respeito e tolerância na sociedade brasileira em um país tão desigual nas últimas décadas ”.
Com 47 organizações parceiras, o Brasil é um dos países prioritários para a Bread for the World.
Bread for The Word (Pão Para o Mundo) é uma agência da cooperação internacional que apoia a CESE.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.