PAD inicia 2020 nas atividades em Brumadinho
05 de fevereiro de 2020De volta do recesso de final de ano, com as forças renovadas, iniciamos o ano levando solidariedade aos atingidos pela tragédia em Brumadinho.
25 de janeiro completou um ano do rompimento da Barragem I da mineradora Vale S. A., onde 272 pessoas foram mortas por um avalanche de lama de rejeito de minério. Desde a tragédia, o PAD tem apoiado junto com a agência Heks-Eper a brigada do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O apoio teve por objetivo fortalecer a organização e o trabalho de mobilização das famílias atingidas pelo rompimento das barragens de rejeitos, desde Brumadinho ao rio São Francisco, visando a conquista coletiva de reparações e indenizações justas e iniciar debate sobre Direitos Humanos e Empresas.
Em janeiro de 2020, Vicente Puhl — diretor da Heks-Eper e integrante da coordenação do PAD e nossa jornalista, Kátia Visentainer estiveram em Brumadinho acompanhando os eventos que lembraram 1 ano da tragédia de Brumadinho e as atividades do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
No dia 24 de janeiro participaram do Seminário Internacional do MAB, que aconteceu na cidade de Betim (MG). O seminário fez parte da programação da Jornada de Lutas, que teve início dia 20 de janeiro, na capital mineira.

O movimento terminou a caminhada no sábado, 25 de janeiro com ato e missa em Brumadinho e no Córrego do Feijão.

Em nota o MAB afirmou:
“Neste contexto, exigimos: — que as buscas pelas 11 pessoas ainda não encontradas debaixo da lama não sejam interrompidas. — a garantida do auxílio emergencial a todos os atingidos sem discriminação; — a homologação de forma imediata da contratação das assessorias técnicas; — a aprovação do Política Nacional dos Atingidos por Barragens (PNAB), que tramita no Senado Federal”.
Na manhã do dia 25 de janeiro, foi realizada uma missa na comunidade do Córrego do Feijão, zona rural de Brumadinho, local onde houve o rompimento da barragem da Vale.

A cerimônia foi em homenagem às vítimas do crime da Vale. Antes de iniciar a celebração, foi feita uma mística com o sino da capela tocando 272 vezes, na lembrança dos que partiram.

Atingidos que participaram da Marcha: 1 ano do crime da Vale em Brumadinho prestaram solidariedade ao luto dos atingidos do Córrego do Feijão e jogaram flores na beira do rio em sinal de respeito ao sofrimento; e realizaram uma caminhada para observar o cenário do crime. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.
Fonte – PAD
Kátia Visenteiner
Leia mais em: https://medium.com/@padbrazil/o-pad-come%C3%A7ou-o-ano-nas-atividades-em-brumadinho-4f7df0b26c88
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.