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Oficinas virtuais fortalecem comunicadores e comunicadoras indígenas da Amazônia Legal
18 de abril de 2024
Fomentar comunicação em rede e compartilhar saberes foram pontos do ciclo de oficinas virtuais que envolveu cerca de 35 indígenas, de diversos povos da Amazônia Legal, em três encontros virtuais, ocorridos entre 27 de março e 4 de abril. Os temas abordados incluíram Produção Textual, Comunicação em Redes Sociais e Design.
O Dabucury, que nomeia o projeto, é um ritual tradicional do Alto Rio Negro, simbolizando a fartura e a união entre diferentes povos, com trocas de saberes, cantos, danças, e mais, culminando em alianças políticas e sociais. Esta cerimônia envolve ofertas recíprocas de alimentos e artesanato, fortalecendo as relações entre os povos envolvidos.

Um elemento do projeto é a Comunicação Estratégica, que tem como um dos objetivos fortalecer a Rede de Jovens Comunicadores da COIAB- atualmente composta por 80 jovens selecionados por suas organizações de base. A comunicação, segundo Kaianaku Kamaiurá, coordenadora da rede, é dinâmica e está em constante vivência a partir da cultura e diversidade de cada jovem comunicador e comunicadora. “Essas formações virtuais contribuem para o aperfeiçoamento das técnicas para melhor desenvolver suas habilidades se adaptando a essas diversidades culturais fortalecendo a comunicação nos territórios indígenas e nas organizações de base da COIAB”, diz.
Este ciclo de oficinas é parte do projeto “Dabucury: Gestão Territorial e Ambiental na Amazônia Indígena”, uma iniciativa da CESE e da COIAB, com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, destinada a apoiar projetos para Organizações Indígenas da Amazônia Indígena, com foco na implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena (PNGATI).
As formações contribuem significativamente para o aprimoramento de técnicas de comunicação, também no apoio às organizações indígenas de base. Isabel Modercin, assessora de projetos e formação da CESE, destacou o impacto positivo das oficinas. “Elas valorizaram e evidenciaram profissionais indígenas da área de comunicação. Os facilitadores, com sua didática e conhecimento, servem como exemplo e referência para os jovens indígenas, ampliando as possibilidades de resultados efetivos dessas ações”, declarou.
Representantes de uma ampla gama de povos indígenas amazônidas, como: Tapirapé, Waiãpi, Manchineri, Javaé, Karajá, Ticuna, Matis, Wayoro, Gavião Parkatêjê, Guajajara, Wapichana, Apurinã, Akroá Gamella, Macuxi, Xavante, Rikbatsa, Tukano, Kayapó, Kambeba, entre outros, participaram das oficinas.
Hadori Karajá, da Aldeia JK, na Terra Indígena Parque Araguaia, no estado do Tocantins, destacou a importância das oficinas para a abertura de oportunidades pessoais e profissionais. “Vivemos em um mundo cada vez mais digital e conectado, onde é crucial saber comunicar eficazmente e criar conteúdo visualmente atraente. As oficinas não apenas aprimoraram nossas habilidades, mas também nos prepararam para os desafios e oportunidades no mundo da comunicação”, comentou.
Já Poliana Guajajara, da Terra Indígena Caru, no estado do Maranhão, enfatizou o papel da comunicação como meio de compartilhar histórias, saberes e tradições, bem como uma ferramenta vital para a defesa dos direitos territoriais e ambientais de sua comunidade.
Ao final da fase virtual, 25 participantes seguirão para uma etapa presencial, em Brasília, às vésperas da 20ª edição do Acampamento Terra Livre, ampliando ainda mais suas habilidades e redes de contato.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.