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Rede de Mulheres Negras de Alagoas mobiliza recursos com estímulo da CESE rumo à Marcha
29 de julho de 2025
O Instituto Feminista Jarede Viana foi apoiado pela CESE para a realização de uma ampla agenda do Julho das Pretas no Estado de Alagoas. Graças ao recurso obtido por meio da metodologia de “Dupla Participação”, a organização conseguiu estender o período de realização das atividades, de julho a setembro, do projeto “Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver”.
A metodologia de “Dupla Participação” é uma iniciativa da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, por meio da qual os grupos apoiados mobilizam recursos locais e a CESE dobra o valor arrecadado. Essa metodologia visa fortalecer a autonomia financeira e a sustentabilidade de projetos sociais.
Por meio de diversas ações de mobilização de recursos (bazar, rifa, bingo, mobilização com parlamentares, feijoada), o Instituto Jarede Viana arrecadou R$10 mil reais. A CESE dobrou o valor e a entidade contabilizou, no total, R$25.530 para a realização da agenda do Julho das Pretas (R$5.330 mil foram fruto de mobilizações anteriores ao projeto).

Desde 2015, a organização desenvolve ações em alusão ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No ano passado, a centralidade da programação do Julho foi construída na perspectiva de incidir politicamente para fortalecer comunidades quilombolas, estudantes, professoras e comprometer gestores no processo de implementação da Lei nº 10.639/03 (que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas).
A partir do apoio da CESE, o Instituto Jarede Viana realizou um leque de ações, como: oficinas e atividades culturais (como o Slam das Minas); formações e rodas de diálogos nas escolas e territórios quilombolas; a Marcha “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem-Viver: A Lei 10.639/03 queremos ver acontecer” no dia 25/07; e audiência pública na Assembleia Legislativa. De acordo com Ana Pereira, co-fundadora do Instituto, o principal resultado do conjunto de atividades foi o fortalecimento dos profissionais de educação para incidir politicamente na implementação da Lei e enfrentamento ao racismo nas escolas. ”Entendemos que marchar por reparação e bem viver é uma demanda do nosso cotidiano. Para tanto, os atos políticos de visibilidade e formação também são uma trilha importante de impacto para que consigamos continuar em marcha”, avalia.
Programa de Pequenos Projetos
Desde a sua fundação, a CESE definiu o apoio a pequenos projetos como a sua principal estratégia de ação para fortalecer a luta dos movimentos populares por direitos no Brasil.
Quer enviar um projeto para a CESE? Aqui uma lista com 10 exemplos de iniciativas que podem ser apoiadas:
1. Oficinas ou cursos de formação
2. Encontros e seminários
3. Campanhas
4. Atividades de produção, geração de renda, extrativismo
5. Manejo e defesa de águas, florestas, biomas
6. Mobilizações e atos públicos
7. Intercâmbios – troca de experiências
8. Produção e veiculação de materiais pedagógicos e informativos como cartilhas, cartazes, livros, vídeos, materiais impressos e/ou em formato digital
9. Ações de comunicação em geral
10. Atividades de planejamento e outras ações de fortalecimento da organização
Clique aqui para enviar seu projeto!Mas se você ainda tiver alguma dúvida, clica aqui.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.