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Missão Ecumênica chega a Marabá em apoio aos camponeses e para denunciar violência no campo
07 de novembro de 2017
Missão Ecumênica chega a Marabá em apoio aos camponeses e para denunciar violência no campo
Nesta quarta-feira, 8 de novembro, terá início, em Marabá (PA), a Missão Ecumênica em apoio aos camponeses e camponesas do estado. Às 11 horas da manhã (horário local), no Centro de Formação da Diocese de Marabá, será realizada coletiva de imprensa que abordará os objetivos dessa ação, assim como o grave contexto de violência no campo.
A Missão Ecumênica, que ocorre entre os dias 8 e 10 de novembro, é uma iniciativa do Fórum Ecumênico ACT Aliança Brasil (FEACT-Brasil), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), e Processo de Articulação e Diálogo Internacional (PAD). A ação tem como objetivo prestar solidariedade e apoio às famílias e comunidades atingidas pela violência do campo, cobrar providências das autoridades locais, e convocar igrejas e pastorais para que se posicionem contra a violência no campo.
Nos municípios de Marabá e Redenção, a comitiva, formada por cerca de 20 pessoas – líderes de diversas igrejas e movimentos religiosos brasileiros, assim como organizações de direitos humanos de todo o país –, debaterá a violência no campo, se reunirá com representantes do Ministério Público Federal (MPF) e com acampados e acampadas na região.
Um dos locais que será visitado pela comitiva é o Acampamento Jane Júlia, localizado na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’Arco (PA), onde estão as famílias remanescentes do massacre ocorrido em 24 de maio deste ano. Naquele dia, dez trabalhadores rurais, nove homens e uma mulher, foram mortos em uma ação da Polícia Militar e Polícia Civil do estado. O Massacre de Pau D’Arco é considerado o maior desde Eldorado do Carajás, em 1996. O aumento exponencial da violência no campo, em especial no Pará, é preocupante. Até o momento, conforme dados da CPT, 64 pessoas foram assassinadas em contexto de conflitos no campo no Brasil. Destas mortes, 20 ocorreram somente no estado do Pará.
Além dos homicídios, atualmente, conforme a CPT e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cerca de 8 mil pessoas estão sendo expulsas de suas casas e tendo suas plantações destruídas em decorrência de uma operação de despejo iniciada em Marabá na semana passada. Por ordem do Governo do Estado, 115 policiais do Batalhão de Choque da PM permanecerão na região por tempo indeterminado para cumprir liminares em 20 fazendas localizadas nos municípios próximos a Marabá.
Serviço: Coletiva de Imprensa sobre a Missão Ecumênica
Dia 8 de novembro de 2017, às 11 horas da manhã (horário local)
Local: Centro de Formação da Diocese de Marabá – Rua Santos Dumont, nº 28, esquina com Rua Paraná – Bairro Bom Planalto, Marabá – PA
Mais informações: Geuza Morgado: (94) 99136-1143 / Gisele Barbieri: (61) 98175-9054 / Luana Almeida (71) 99349-4560 / Mario Campagnani: (94) 99191-8424 / (21) 99849-2025

VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.