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Missão Correntina: Comitiva verifica ‘in loco’ situação da população de Correntina (BA) após manifestações
30 de novembro de 2017
O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) realiza, a partir desta quinta-feira (30), uma Missão “in loco” para verificar a situação da população ribeirinha e de defensoras e defensores de direitos humanos do município de Correntina, no Oeste da Bahia. A Comitiva será composta por representantes do Ministério Público Federal (MPF), poder público, organizações e movimentos sociais.
Na quinta-feira, acontece uma reunião com moradores e lideranças do município, autoridades encarregadas das investigações referentes às manifestações que ocorreram em prol do rio Arrojado, além de representantes do poder público local. Outra agenda será com a delegada Núncia Zaira Pimentel Neves, responsável pelas investigações.
Na última semana, o Comitê divulgou uma Nota pública onde manifesta preocupação com a crescente onda de criminalização sofrida pelos moradores de Correntina que, para evitar a morte do rio Arrojado, vêm realizando protestos e denúncias quanto ao uso indiscriminado das águas do rio para irrigar grandes plantações do agronegócio.
“Nós só queremos nosso rio preservado. Ninguém vai morrer de sede nas margens do Arrojado”, disse uma moradora da cidade durante manifestação, realizada em 02 de novembro desse ano, na área da fazenda Igarashi (uma das propriedades responsáveis pela retirada de um alto volume de água do rio para irrigar plantações). Os moradores da cidade começaram a ser investigados e intimados a depor sobre sua participação nos protestos, e denunciam várias arbitrariedades e violações.
Os integrantes da Missão participam, ainda, da audiência pública proposta pelo Ministério Público da Bahia, que ocorrerá no ginásio de esportes da cidade, na sexta-feira (01) às 9h, e irá discutir a redução da vazão dos rios da Bacia Hidrográfica do Corrente. Uma marcha, com concentração marcada às 7h na beira do rio Corrente, conduzirá a população até o local da Audiência Pública.
A crise hídrica no município e o desastre ambiental na região não são recentes, começaram na década de 1970, quando grandes empreendimentos chegaram à região. Com outorgas concedidas pelo governo para a retirada de água e sem fiscalização às irregularidades cometidas por esses empresários, os problemas se agravaram condenando, inclusive, vários riachos a extinção.
A Missão contará com representes da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Ministério Público Federal (MPF); Fórum por Direitos e Contra a Violência no Campo; Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH); Conselho Indigenista Missionário (CIMI); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Via Campesina; Terra de Direitos (TDD); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ); Comissão de Justiça e Paz; Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural de Brasília.
Missão “in loco” ao município de Correntina (BA) para verificar situação da população após manifestações
Data: 30 e 01/12
(Imagem: Thomas Bauer / CPT Bahia)
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.