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Le Monde Diplomatique Brasil e CESE lançam podcast sobre fake news e religião na próxima segunda-feira (16)
10 de maio de 2022
Em parceria com a CESE, o Le Monde Diplomatique Brasil lança, na próxima segunda-feira (16), a série “Não Bote Fé nas Fake News”, nova produção do podcast Guilhotina. Semanalmente, a série irá tratar da relação entre as notícias falsas e as comunidades de fé e como essa união tem impactado a democracia brasileira. Ao todo, serão cinco episódios.
Cada um deles abordará um tema específico – passando pelo fundamentalismo religioso, o uso da mentira nas eleições, como as redes sociais favorecem a divulgação de mentiras e seu impacto entre povos indígenas durante a pandemia – e trará convidados/as que pesquisam, atuam e que foram vítimas dessa fábrica de manipulação.
A série também será acompanhada de um artigo escrito pela jornalista Dra. Magali Cunha, em parceria com a CESE, e que será publicado no site do Le Monde Diplomatique, também no dia 16 – o artigo e o primeiro episódio da série estarão disponíveis neste link. O texto explica como e por quê as fake news se propagam no meio cristão – com maior foco para as comunidades evangélicas –, sua relação com os fundamentalismos político e religioso e quais inciativas surgem nos últimos anos para combater essa onda de mentiras, também dentro do meio evangélico.
A divulgação massiva e orquestrada de fake news vem crescendo de forma exponencial no Brasil desde as eleições de 2018, mas esse movimento ganha elementos específicos quando voltamos nossa atenção para as comunidades de fé. Segundo pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 77,6% dos evangélicos afirmaram ter recebido desinformação por grupos ligados à sua religião no WhatsApp – o dobro do percentual verificado entre católicos/as (38,5%) e mais do que isso entre espíritas (35,7%) e fiéis de religiões de matriz africana (28,6%).
Os grupos evangélicos têm sido alvos mais frequentes das notícias falsas e isso tem produzido efeitos nocivos sobretudo à nossa democracia. Águas sagradas para combater o coronavírus, cristãos/as deixando de se vacinar por influência de suas lideranças pastorais, a briga com unhas e dentes pela manutenção dos cultos religiosos presenciais em tempos de distanciamento social. Todos esses são episódios que marcaram a pandemia no Brasil e foram ancorados em mentiras – vacinas com chips, fechamento das igrejas, etc.
A CESE, organização ecumênica formada por igrejas, vê esse cenário com preocupação. A comunidade cristã é inspirada pelo amor de Jesus Cristo, Sua justiça e verdade. A mentira não faz parte da Sua caminhada, muito menos da mensagem que Ele nos deixou. A fé não dialoga com a mentira. Diante desse contexto, é preciso lutar contra essa fábrica de manipulação.
Não se pode deixar que a mentira nos conduza. Mais do que nunca, a CESE considera fundamental fortalecer os mecanismos de busca pela verdade. Esse continuará sendo o nosso Compromisso de Fé.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.