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Dabucury divulga cartas consulta selecionadas no 2º edital de Gestão Territorial e Ambiental na Amazônia Brasileira
05 de dezembro de 2025
5/12/25
CESE e Coiab, com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, anunciam 28 iniciativas indígenas que receberão recursos para fortalecer a gestão territorial e ambiental na Amazônia Legal.
Nesta sexta-feira, 05 de dezembro, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), com o apoio do Fundo Amazônia (FAM/BNDES), divulgaram os projetos selecionados no 2º Edital Dabucury: Gestão Territorial e Ambiental na Amazônia Indígena. A iniciativa tem como objetivo apoiar até 30 projetos de organizações indígenas voltados à implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terra Indígenas (PGTAs) e à elaboração, conclusão ou atualização de Instrumentos de Gestão Ambiental em Terras Indígenas (IGATIs), alinhados com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).
Nesta edição, foram recebidas 45 Cartas Consultas, provenientes de 8 dos 9 estados da Amazônia Legal, sendo 31 propostas na Categoria Urucum e 14 na categoria Jenipapo. Desse total, 28 iniciativas foram selecionadas pelo Comitê Gestor (CG) do Dabucury e consolidadas/validadas pelo Fundo Amazônia, seguindo os critérios estabelecidos no edital.
As iniciativas selecionadas contemplam 8 estados da Amazônia Legal, tendo equilíbrio na distribuição geográfica e respeito às diretrizes cuidadosamente analisadas pelo Fundo Amazônia e pelo Comitê Gestor (CG), instância que define estratégias para os diversos temas ligados à gestão ambiental territorial indígena e seus impactos nos diferentes estados. Esse comitê é composto pela CESE, Coiab, Apib, Podáali e especialistas de notório saber.
Categorias do Edital
O 2º edital Dabucury apoia projetos em duas categorias:
Categoria Urucum: até 20 projetos voltados para ações de implementação dos PGTAs das Terras Indígenas, com investimento de R$ 250 mil a R$ 300 mil, para execução em 18 meses.
Categoria Jenipapo: até 10 projetos focado na criação, atualização ou conclusão dos IGATIs, com recursos de R$ 150 mil a R$ 200 mil, para execução em 18 meses.
Próximos Passos
As organizações classificadas receberão, nos próximos dias, o convite para participar da Reunião Virtual entre CESE e Coiab, marcada para o dia 15 de dezembro, às 15h (horário de Brasília). Nesse encontro serão apresentados os próximos passos e as orientações sobre o que será necessário para transformar a Carta Consulta na versão final do projeto.
Outras oficinas virtuais e presenciais serão realizadas ao longo do processo, abordando temas como planejamento, gestão, monitoramento, prestação de contas e comunicação estratégica. Todas as atividades serão custeadas pela CESE.
As Organizações Indígenas classificadas também deverão apresentar as documentações jurídicas e fiscais atualizadas sempre que solicitadas pela CESE, etapa necessária para a assinatura do contrato e, posteriormente, para o repasse dos recursos.
A CESE e a Coiab agradecem a participação de todas as organizações indígenas que enviaram suas propostas e reforçam que o Dabucury segue comprometido com a defesa dos territórios e com o fortalecimento das iniciativas de gestão ambiental conduzidas pelos próprios povos indígenas..
Lista dos Projeto Selecionados
- a organização MATPHA está sediada no Acre mas a carta consulta do referido projeto contempla atuação no Amazonas.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.