CESE promove Curso sobre Mobilização de Recursos Locais, em Salvador
29 de agosto de 2018



Com apoio da organização holandesa Gansos Selvagens, a CESE promoveu entre os dias 20 e 24 de agosto a primeira etapa do Curso sobre Mobilização de Recursos Locais, em Salvador. Quinze grupos de todo país participaram da oficina: organizações indígenas e ecumênicas; movimentos sociais de juventude e mulheres negras; entidades que defendem direitos de crianças e adolescentes, e assessoramento às comunidades tradicionais; além da organização vencedora do concurso da melhor frase: Por que é importante mobilizar recursos locais?
Para Patrícia Gordano, coordenadora da Comunicação da CESE e uma das facilitadoras do curso, a diversidade cultural foi um dos fatores importantes para intercâmbio e troca de experiências: “A participação de cada grupo, suas vivências, suas relações sociais e a forma como estão sendo atingidos pelo contexto político possibilitou herdar experiências, adequar realidade local e responder melhor aos desafios de mobilizar recursos no Brasil. ”.



A formação tem uma abordagem de aprendizagem combinada presencial e on-line através do Portal Virando o Jogo. E teve como objetivo discutir a temática da mobilização como estratégia para a sustentabilidade institucional; Apoiar o planejamento, construção e monitoramento de um plano de mobilização de recursos locais através do portal; e Auxiliar os grupos para construção de instrumentos de comunicação capazes de motivar a adesão de indivíduos às causas das organizações.
“A aprendizagem no Portal Virando o Jogo também pode ser feita sem a necessidade de um curso presencial. Organizações que estejam interessadas na temática de mobilização de recursos podem registra-se no site gratuitamente, acessando os materiais apresentados na oficina, armazenando exercícios e adquirindo informações no seu próprio ritmo. ”, informa Patrícia.
O curso faz parte do programa Virando o Jogo, ministrado no Brasil pela CESE, parceira da organização Gansos Selvagens (idealizadora do programa) e MDF. A formação, composta por três fases, inclui dois encontros presenciais e um à distância, com seminário virtual e acompanhamento de trabalho individual à distância.
Clique aqui para conferir as fotos da primeira etapa curso.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.