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Celebração reúne diversas representações de fé no dia de Combate à Intolerância Religiosa
21 de janeiro de 2019
O Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas, e os adeptos de religiões de matriz africana estão entre os principais alvos. Segundo o último levantamento do Ministério dos Direitos Humanos, realizado há dois anos, umbanda e candomblé eram as religiões mais perseguidas no país (Fonte: Brasil de Fato). Há doze anos o dia de Combate à Intolerância Religiosa é celebrado no dia 21 de Janeiro.
Para marcar a data, o Grupo de Atuação Especial de Defesa dos Direitos Humanos (MP/BA), com o apoio da CESE e de KOINONIA, realizou uma CARAVANA AFIRMATIVA DA LIBERDADE RELIGIOSA em Salvador/BA.

A Concentração aconteceu na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. De lá, caminharam até a Catedral Basílica de Salvador, onde aconteceu uma celebração interreligiosa pelo fim da intolerância, do ódio religioso e pela solidariedade entre os/as adeptos/as de diferentes confissões de fé.

O evento reuniu dezenas de pessoas, com a presença de representantes do Protestantismo, Candomblecismo, Catolicismo, Hare Krishna, Islamismo, Espiritismo entre outras.

“É preciso que nós, cristãos e cristãs que são contrários/as a essas práticas de ódio, tenhamos coragem de nos expor, de aparecer publicamente e falar sobre este assunto”, afirmou a Pastora Presbiteriana e diretora executiva da CESE, Sônia Mota.

”Estamos aqui para compartilhar nossa fé, de forma igualitária, numa sociedade onde caibam todas as pessoas de diferentes expressões que não nos separe, ao contrário, nos una. Precisamos afirmar cada dia mais a liberdade e a diversidade religiosa. Por isso é importante refletir nesse dia 21 e lutar todo o dia contra o ódio, contra o racismo e a intolerância em nosso país”, afirmou Ana Gualberto, de Koinonia.



A atividade fez parte da Semana Afirmativa da Liberdade Religiosa na Bahia, que conta com vasta programação até a próxima sexta,25. Confira abaixo as demais atividades da semana:

VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.