Ato Inter-Religioso em Defesa da Democracia acontece nesta quarta (24)
24 de outubro de 2018
A realidade que estamos vivendo nos questiona e nos motiva. Questiona nos chamando a refletir sobre as causas que criaram as bases para tantas tentativas de destruir a democracia, a vida, o Estado de Direito, as conquistas sociais, também o acirramento violento contra as minorias, o crescente apelo da religiosidade entre outras tantas manifestações de fascismo.
Nos motiva a acender as luzes do conhecimento, da verdade, da justiça, da paz, do amor e da fé para que possamos realmente irmanados dar as mãos, explicitar ideias para formação consciente dos valores do Estado Democrático e de Direito que humanizam e criam condições de igualdade – reparando injustiças históricas, elevando a auto estima dos excluídos e dando-lhes oportunidade de fazerem acontecer a mobilidade social.
Com esse intuito, será realizado nesta quarta (24), às 18h, o Ato Inter-Religioso em Defesa da Democracia e pela Vida #MOAVIVE no Museu Eugênio Teixeira Leal (Rua do Açouguinho, nº 01 – Pelourinho). Para a mesa de reflexão coletiva, estão confirmadas representações de designações religiosas do Protestantismo, Candomblecismo, Catolicismo, Hare Krishna, Islamismo, lideranças indígenas, entre outras confissões de fé.
O evento também será realizado em homenagem ao mestre de capoeira, ativista cultural negro e fundador do afoxé Badauê, Moa do Katendê, assassinado há duas semanas. Mestre Moa é mais uma vítima do fascismo e da onda conservadora que assolam o cenário político brasileiro.
Neste momento, queremos unir forças para contribuir e construir um Brasil melhor para todos e todas. Queremos ir além de nossas preferências partidárias e religiosas para que realmente o nosso foco seja a democracia.
SERVIÇO
O QUE: ATO INTER-RELIGIOSO EM DEFESA DA DEMOCRACIA E PELA VIDA #MOAVIVE
QUANDO: 24 de outubro (quarta-feira), às 18h
ONDE: Museu Eugênio Teixeira Leal (Rua do Açouguinho, nº 01 – Pelourinho)
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)