Abong e organizações da sociedade civil organizam encontro de comunicadores
21 de setembro de 2017
Por Felipe Sakamoto, do Observatório
Nos dias 25 a 29 de setembro, acontecerá o Encontro de Comunicadores(as) da Sociedade Civil pela Defesa de Direitos, em São Paulo. Durante cinco dias, serão realizadas atividades com intuito de pautar, organizar e disseminar a produção de conteúdos sobre direitos humanos, além da troca de experiências e alternativas de mobilização social entre os/as participantes.
Foram selecionados 20 comunicadores(as) de diversas regiões do país que compõem organizações e movimentos sociais. Quinze representantes associadas à Abong e cinco parceiras estratégicas se comprometeram em realizar oficinas presenciais sobre comunicação em suas respectivas regiões do território.
Além disso, as pessoas que participarão do encontro presencial tem apoiado a mobilização dos/as participantes para o curso de educação à distância (EaD) “Comunicação e Incidência Política”, articulado ao evento de São Paulo. O Curso a distância está com as inscrições abertas até 10/09 e acontecerá entre os dias 26/09 a 28/11. Os conteúdos disponibilizados online focalizam o potencial das redes sociais, a criação de parcerias, o uso das novas ferramentas, além de assuntos como mobilização e engajamento social, mídia advocy e o relacionamento com imprensa e as mídias.
A finalidade do curso online é contribuir na formação de profissionais que atuam em Organizações da Sociedade Civil a partir do aprimoramento de suas práticas de comunicação para que “em tempos de resistência social a comunicação seja peça chave, ainda mais num contexto em que as falas dos movimentos sociais não têm conseguido atingir a grande massa da população brasileira que segue sendo desorientada pelos meios de comunicação corporativos”, descrito na apresentação do curso.
Essas atividades compõem o projeto “Sociedade Civil Construindo A Resistência Democrática”, financiado pela União Europeia. Em um contexto de crise política e uma agenda de desmonte das políticas relacionadas aos direitos humanos, como a reforma trabalhista e a ameaça às terras indígenas, os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil crescem e se impõem para que o Estado garanta uma vida digna para seus cidadãos. A partir desse contexto, esta iniciativa procura dar suporte às organizações. E um de seus objetivos é a formação política com cursos e a criação de uma rede de comunicadores que possam representar o campo pelo Brasil.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.