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Nota Pública da Assembleia da CESE em apoio aos familiares e amigos/as do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips
10 de junho de 2022
”Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os desamparados.
Fale por eles e seja um juiz justo. Proteja os direitos dos pobres e dos necessitados.”
Provérbios 31.8-9
A Assembleia da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, reunida em Salvador/BA, nos dias 09 e 10 de junho de 2022 AD, vem a público dedicar orações, solidariedade e apoio aos familiares e amigos/as do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que estão desaparecidos na região próxima à Terra Indígena do Vale do Javari. A região abriga a maior concentração de povos indígenas isolados em todo o mundo. A TI do Vale do Javari fica na fronteira do Amazonas com o Peru e a Colômbia, possui 8,5 milhões de hectares de terra demarcados, conformando a segunda maior Terra Indígena homologada do Brasil.
Como organização que luta pela defesa dos direitos humanos, manifestamos a nossa indignação com o descaso e a omissão do governo brasileiro, diante do desaparecimento destes profetas contemporâneos que defendem as causas indígenas e ambientais desde o dia 05 de junho, até o momento atual.
Registramos também o descaso deste governo com o território dos povos originários e o desmonte das políticas indigenistas e socioambientais que têm transformado a Amazônia em território de perseguição de lideranças de povos indígenas e comunidades tradicionais, além de palco de intensos conflitos protagonizados por invasores de terra associados ao garimpo e à extração ilegal de madeira. A área também é atravessada por disputas do narcotráfico, que se beneficia das fronteiras pouco fiscalizadas para dominar os fluxos de comércio de drogas entre os países da tríplice fronteira.
Reafirmando o nosso compromisso com os direitos humanos, somamo-nos às lideranças religiosas, entidades, igrejas e sociedade civil organizada que exigem que o governo brasileiro disponibilize todos os recursos necessários para localizar nossos irmãos desaparecidos.
49ª Assembleia Geral Ordinária da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE
Salvador, 10 de junho de 2022
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.