Com muita gente nova na casa, a Equipe da CESE e a sua Diretoria Institucional se reuniram nesta quinta-feira (12) para avaliar o ano de 2024. Foi um dia inteiro dedicado à avaliação anual do trabalho de cada setor que compõe a organização. Mas também de celebração. O encerramento de um ano, e preparação para o novo que virá. Teve muita comunhão, a chegada do nosso Advento de Natal e alegria.
Anita Wright, presbítera da Igreja Presbiteriana Unida e presidenta da CESE, falou sobre a importância do tempo das coisas.
“Eclesiastes vai falar do tempo e propósito. Há o tempo de nascer, de morrer, de chorar, de rir, de edificar, de dançar, buscar, perder, falar, calar. Devemos respeitar o tempo de Deus. Aproveitar os momentos positivos, ter resiliência nos negativos. Neste ano tivemos despedidas de pessoas queridas, como a nossa reverenda Helivete. Também criamos novos laços. O Advento é o novo, que começa aqui: no trabalho partilhado, nas dores divididas, na esperança multiplicada e no cansaço diminuído.”
“Celebrar as conquistas, a vida, é muito importante. Por isso nos reunimos e acendemos as velas do advento. É com essa luz, do nosso trabalho, do apoio às comunidades, que nós queremos encerrar nosso ano. Que essa luz ilumine nossos rostos, mas também outras vidas. Luzes de direitos”, conclamou a diretora executiva da CESE e pastora da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Sônia Mota.
O trabalho da CESE em 2024
A CESE dedica dois momentos de cada ano à sua avaliação interna. O primeiro, em junho, para compreender os passos do primeiro semestre e alinhar os do segundo. Gilvaneide dos Santos, da Aliança de Batistas do Brasil e Primeira Secretária da CESE, afirmou que a CESE é um sopro de resistência e esperançar.
“A existência e trabalho da CESE nos leva a contemplar que resistir é árduo, mas é necessário. Saio desta reunião com alegria pelo realizado, pesar pelas dificuldades, esperança do verbo esperançar, de que é preciso fazer. Que a divina Ruah sopre ventos de força para cada um e cada uma desta organização continuar esperançando.”
Formação na CESE
Exatamente 1593 pessoas participaram das formações da CESE este ano, dentre encontros virtuais e presenciais. Destas, 23 foram atividades presenciais e 39 em ambientes virtuais. Reunimos pessoas de todo o Brasil, sendo quilombolas, povos indígenas e outras comunidades tradicionais, movimentos urbanos, de mulheres e mulheres negras, de juventudes e tantos outros segmentos populacionais.
Os temas foram diversos: justiça socioambiental, racismo ambiental, mudanças climáticas, sistemas agroalimentares, racismo, moradia digna, direito à cidade, mobilização de recursos, incidência política, titulação de terra, fundamentalismo religioso, racismo religiosos, diálogo inter-religioso, ecumenismo, mobilidade urbana, trabalho e renda, água, diversidade, agroecologia, feminismo, dentre tantos outros.
Apoio a projetos
Ao todo, foram 265 projetos apoiados em 2024. Cerca de 56 mil beneficiários/as destas iniciativas e 3,5 milhões de reais destinados à luta dos movimentos em defesa dos direitos. O Programa de Pequenos Projetos renovou seu compromisso junto a povos, comunidades das quais sempre esteve ao lado, apoiando mais uma vez a participação de povos indígenas no Acampamento Terra Livre; de mulheres negras nas ações do Julho das Pretas, Ato Aquilombar e Grito da Pesca Artesanal.
Comunicação estratégica
Na área da Comunicação Estratégica, as parcerias com veículos da imprensa também resultaram na publicação de artigos em momentos estratégicos do calendário de lutas. Além do Le Monde Diplomatique Brasil, o jornal Brasil de Fato também foi parceiro da CESE em 2024. Foram desenvolvidas três séries de podcasts em parceria com o Le Monde, com temas variados.
“Mulheres de Luta: do Parlamento ao Poder” destacou a luta de mulheres indígenas brasileiras que estão ocupando espaços. “Bem viver nas cidades” aborda os desafios para o exercício do direito à cidade no Brasil, as suas violações, os impactos do mercado imobiliário e a resistência dos movimentos sociais. “No Rastro do Fogo: agronegócio e a destruição do Cerrado” analisa as diferentes dimensões da devastação ambiental e dos conflitos por terra que se dão no rastro do uso do fogo pelo agronegócio, de forma ilegal.