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Associação de Mulheres Negras do Acre promove apoio emergencial às mulheres atingidas pelas enchentes no estado
11 de julho de 2024
A Associação de Mulheres Negras do Acre e seus Apoiadores recebeu apoio emergencial da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) para mitigar os efeitos das enchentes no Acre sobre a vida das mulheres negras. A iniciativa, a partir do Programa de Pequenos Projetos, foi uma resposta às inundações que afetam a dignidade dessas mulheres em vários municípios.
Todos os municípios do Acre foram atingidos pelas enchentes em diferentes proporções, levando o governo estadual a decretar estado de calamidade pública. As cheias dos rios, enchentes e alagamentos são problemas recorrentes no estado. Segundo dados da Defesa Civil, este desastre ambiental já é o maior da história do Acre, deixando mais de 100 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas.
O apoio emergencial foi fornecido a várias mulheres e famílias em diferentes municípios do Acre, incluindo a capital. A ajuda consistiu na distribuição de cestas básicas para as mulheres e famílias afetadas. Amine Carvalho, diretora de finanças, relata que houve dificuldades logísticas, com algumas localidades só acessíveis por barco. “Apesar dos desafios, a ajuda foi extremamente valiosa, e o que era recebido era repartido entre as pessoas da comunidade”, destaca.


Entrega das cestas básicas em Marechal Thaumaturgo-AC
Roselene Maria de Lima, diretora de projetos, conta que conheceu a CESE por meio do site e soube das modalidades de apoio oferecidas pelos Programas de Pequenos Projetos. Ela afirma que as lutas no estado estão bastante isoladas, o que reforça a necessidade de continuar com esse trabalho emergencial todos os anos para ajudar as mulheres negras afetadas por essas situações.

Entrega das cestas em Bujari-AC
Mobilização
Fundada em 2015, a Associação de Mulheres Negras do Acre trabalha para fortalecer a mobilização política das mulheres negras, abordando questões de gênero e raça e combatendo o machismo e o racismo estrutural. A organização promove formações e oficinas sobre autoestima e beleza negra e criou o Centro de Formação e Cultura Afro. Ao longo de sua trajetória, a associação fortaleceu sua estrutura institucional, captou recursos e articulou incidências políticas. Atualmente, faz parte da Plataforma Acre em torno do MROSC. Almerinda Cunha, diretora administrativa, destaca que a associação é composta por mulheres de diversos segmentos, como sindicalistas e ribeirinhas, e realiza um trabalho de incidência em várias cidades do estado.

Oficina de Cultura Afro em Rio Branco-AC
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.