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Roda de diálogo discute o papel da Cooperação Internacional para fortalecimentos das OSC´s
17 de março de 2018



Há uma percepção no campo das OSCs de que as formas práticas como tem se dado as relações de apoio e cooperação internacional muitas vezes parecem se distanciar do reconhecimento da complexidade do processo de mudança social.
Como superar a atual situação? Como fazer com que as relações de cooperação internacional fortaleçam o tecido social de organizações e redes fortes, sustentáveis e autônomas? Como estimular a inovação e a mudança na cultura organizacional nas OSCs? Foram as perguntas orientadoras da Roda de Diálogo Cooperação internacional: Para quê? Para quem?
O papel da cooperação internacional no apoio as organizações populares e movimentos sociais no Brasil; a importância dos fundos de pequenos projetos para fortalecer a luta por direitos; e os novos desafios impostos pelas mudanças políticas e econômicas nos principais países europeus apoiadores foram os temas discutidos no debate, que reuniu na mesa de abertura Carmem Silva – SOS Corpo; Athayde Motta – Ibase; Domingos Armani – consultor em desenvolvimento institucional; e a pesquisadora Maria Elisa Pesina.
Cerca de 80 pessoas estiveram presentes na roda e puderam acompanhar, através da apresentação de Maria Elisa, uma abordagem sobre o início da cooperação alemã para os países da América do Sul até o papel da União Europeia hoje, alinhada a projetos que atendam os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis.
Athayde destacou a evolução dos fundos de pequenos projetos e seu papel no fortalecimento dos movimentos sociais e Carmem Silva relembrou as dificuldades de financiamento para projetos no campo feminista e como as organizações de mulheres populares tentam superar estas lacunas.
Por fim, Domingos Armani conduziu a roda de perguntas e pontuou a necessidade das organizações se fortalecerem para mobilizar apoios e recursos locais, se capacitarem para desenvolvimento de projetos que possam ser mensurados ( seus impactos e resultados) e ampliarem sua atuação em rede, como estratégia de sustentabilidade.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.