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Os números de novas perdas de vidas no Brasil decorrentes do Covid-19 não param de crescer. Foi registrado nesta semana um total de 60 mil mortes e a contaminação agora encontra-se em processo de interiorização no país. Os povos indígenas são um dos mais afetados pelo alastramento da pandemia, diante das vulnerabilidades sociais e econômicas a que se encontram submetidos e a histórica violação do direito às suas terras ancestrais.

Segundo números oficiais divulgados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, haviam morrido 171 indígenas e 7.598 estavam infectados pela doença (dados de 04 de julho). Mas o registro feito por organizações indígenas revela um cenário bem mais preocupante: 426 mortes e 11.385 contaminações, atingindo 124 povos, até o dia 05 de julho. Os dados são do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena: APOINME | ARPIN SUDESTE | ARPINSUL | COIAB | Comissão Guarani Yvyrupa | Conselho do Povo Terena | ATY GUASU | Observatório Quarentena Indígena

Um dos grandes fatores para a contaminação é o contato criminoso crescente com não indígenas (como garimpeiros), que invadem as terras dos povos originários. O desmatamento da Amazônia em abril foi o maior dos últimos dez anos, com 529 km² da floresta derrubada. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Aa região teve, no mês passado, um aumento de 171% em relação a abril de 2019.

Não por acaso, a Amazônia é a região que concentra o maior número de indígenas contaminados por Covid-19.

(Fonte: Nexo)

Ajuda humanitária internacional

Atenta a esse cenário, a ACT Aliança deu sua contribuição ao cuidado, proteção e resistência especialmente dos povos indígenas da Amazônia. Com a coordenação no Brasil feita pela CESE, está em curso a doação de cestas básicas e kits de higiene para diversas etnias da Região Norte, Centro-Oeste e Sul. Da previsão de aquisição total de 4.200 cestas, já foram adquiridas 3.350 unidades (com investimento até o momento, 06 de julho, de R$ 334.999,19).

Sul do Amazonas (Madeira) – Povos Tenharim_Parintitin _Jiahui

Povos de Manaus e entorno

Itens de primeira necessidade como alimentos, produtos de higiene e álcool 70% foram recebidos pelas seguintes Nações: Tenharim, Parintitin, Jiahui (Sul do Amazonas/Madeira); Apurinã e Jamamadi de Boca do Acre (Amazonas); Jaminawa Arara, Shanenawa, Madijá, Nukini e Noke Koí /Katukina (Acre); Tenetehara (Guajajara), Krikati e Gavião (Maranhão – região Sul); Arara e Gavião – TI Igarapé Lourdes (Rondônia); Guarani (Rio Grande do Sul); Munduruku, Arapiun, Borari, Tupaiú, Arara Vermelha e Tapajós (Tapajós /Pará); Pakaa Nova, Makurap, Sakurabiat (Rondônia); Guarani Kaiowá (Mato Grosso do Sul); Kokama, Ticuna, Waikuru, Apurinã, Karuara (Manaus e entorno); Sateré Mawé (Manaus); Tukano, Dessano, Arapasso, Baré, Mirititapui, Piratapuia, Tuyuka, Wanano, Karapana, Tariano (Manaus). 

Aldeias Juma e Aldeia Itaparana

“Agradecemos a sensibilidade, generosidade em contribuir neste tempo difícil que o nosso país e o Estado do Amazonas passam, com a disseminação do novo coronavírus. Os povos indígenas integram o grupo de risco. De modo particular, as mulheres indígenas são mais vulneráveis. Este é um momento de muita luta. São essas mulheres guerreiras que cuidam das famílias. Nossas dores e angústias se transformam em luta pelo direito de nosso viver”, reafirma e resiste a indígena Clarice Tukano, da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro- AMARN.

Apoio local

Para a distribuição local, a CESE contou com o apoio imprescindível de parceiros: Instituto Internacional de Educação do Brasil-IEB; Conselho de Missão entre Povos Indígenas-COMIN/Fundação Luterana de Diaconia-FLD; Comissão Pró-Índio do Acre – CPI-AC; Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão-COAPIMA; Conselho Indígena Tapajós-CITA; Associação de Defesa Etnoambiental-Kanindé; Conselho Indigenista Missionário – CIMI-MS; Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira-COIAB/ Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno-COPIME; Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé-AMISM; Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro-AMARN).