Pastorais e Grupos Ecumênicos do Nordeste repudiam pronunciamento sobre o fim do isolamento social

CARTA DE REPÚDIO | “É missão das discípulas e discípulos de Cristo anunciar a Boa Nova e também denunciar as mazelas, injustiças e descasos de quem deveria cuidar da população.

Estamos passando por um momento de muita incerteza, medo e distanciamento social. A nossa fé, porém, nos mantém lúcidas e lúcidos e firmes no mandamento do amor, ensinado pelo Mestre: “Ame ao seu próximo como a si mesmo”. É seguindo este mandamento que nós, Pastorais e grupos ecumênicos do Regional Nordeste III, repudiamos a fala do Sr. Presidente da República Jair Bolsonaro, que “lava as mãos” diante dessa pandemia, aumentando o clima de intranquilidade e insegurança, ao convocar a população a sair do isolamento.”

Leia a carta da íntegra:

Cada um zele, não apenas por seus próprios interesses, mas igualmente pelos interesses dos outros”. Filipenses 2,4.

Povo brasileiro, paz e bem!

É missão das discípulas e discípulos de Cristo anunciar a Boa Nova e também denunciar as mazelas, injustiças e descasos de quem deveria cuidar da população.

Estamos passando por um momento de muita incerteza, medo e distanciamento social. A nossa fé, porém, nos mantém lúcidas e lúcidos e firmes no mandamento do amor, ensinado pelo Mestre: “Ame ao seu próximo como a si mesmo”. É seguindo este mandamento que nós, Pastorais e grupos ecumênicos do Regional Nordeste III, repudiamos a fala do Sr. Presidente da República Jair Bolsonaro, que “lava as mãos” diante dessa pandemia, aumentando o clima de intranquilidade e insegurança, ao convocar a população a sair do isolamento.

É fato que essa pandemia não é uma “histeria, uma gripezinha” ou um momento de politicagem. Os outros países, que foram afetados antes do Brasil, estão mostrando que são necessárias medidas restritivas, e que o vírus mata. Nenhum sistema de saúde está preparado para suportar milhares (ou até milhões) de infectados ao mesmo tempo. Em se tratando de um país como o Brasil, sabemos que populações vulneráveis sofrerão ainda mais, é o caso de mulheres, população em situação de rua, grupos LGBTQI+, pessoas com HIV, trabalhadoras/es informais, populações que vivem sem acesso a água potável. Para estas pessoas nenhuma proposta concreta há para enfrentar esta pandemia.

Não ouvir a Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais especialistas da saúde, assim como desrespeitar as medidas tomadas pelos governos estaduais e municipais é uma ofensa aos profissionais que estão incansavelmente dedicando suas vidas para enfrentar este vírus.

Nas últimas semanas as igrejas em todo mundo, mais do que nunca, tem atuado através da Diaconia Solidária, do apoio espiritual aos seus fiéis, sem, no entanto, deixar de alertar para que permaneçam em casa e cumpram as orientações das Organizações de Saúde e de especialistas da área. O vírus é real e letal, coloca em risco a vida de milhares de pessoas.

Não podemos admitir que a preocupação com a recessão econômica seja mais importante do que a vida das pessoas. Diante do exposto, vamos cumprir as orientações das autoridades de saúde sem perdermos a fé e a esperança que tudo isso vai passar, o momento mais escuro da noite é um pouco antes da aurora. Juntos e juntas, em sintonia na ciranda da vida, logo, logo cantaremos: “Ó morte, onde está tua vitória?”

Que a paz do Cristo que venceu e vencerá a morte e todos os poderes opressores esteja sempre com cada um e cada uma!

Amém, axé, awerê, txai!

Comissão Pastoral da Terra

Nota na íntegra: https://bit.ly/2Jmrc97