CESE contribui com publicação sobre Direito à Cidade
12 de dezembro de 2019
Texto sobre a Política Institucional de Direito à Cidade da CESE e sua atuação junto aos movimentos sociais compõem a publicação “O Direito Achado na Rua – Volume 9: Introdução Crítica ao Direito Urbanístico”, organizada pelo Grupo de Pesquisa O Direito Achado na Rua da Universidade de Brasília (Unb) e pelo Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU).
Lançada inicialmente em versão digital de acesso aberto, a obra foi evocada por ocasião do seminário de celebração aos 30 anos de O Direito Achado na Rua, que encerra hoje, 13/12, na UnB. A obra coletiva traz textos com viés crítico, transdisciplinares e socialmente comprometidos, baseado na concepção do “Direito Achado na Rua”, que parte de uma visão do Direito como fruto das lutas do povo e dos movimentos sociais. Nesse volume, são priorizados os olhares sobre as desigualdades a partir dos grupos oprimidos urbanos.
A contribuição da CESE compõe o capítulo 22 do livro, em texto intitulado “A cidade como espaço de lutas por direitos: a Política Referencial de Direito à Cidade da CESE em sua atuação junto aos movimentos sociais”. Elaborado a partir dos acúmulos coletivos da instituição e da sua Política Referencial, foi atualizado e permeado pela conjuntura sociopolítica de intensos retrocessos democráticos, bem como por diálogos realizados com representantes de movimentos sociais e organizações parceiras.
Espera-se que as reflexões levantadas, a partir também dos diferentes olhares dos movimentos sociais, possam contribuir, junto a diversas outras, na busca de perspectivas comuns para a plena realização de direitos e transformações nas cidades.
A versão digital pode ser acessada em: https://livros.unb.br/index.php/portal/catalog/book/17.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.