Oeste Baiano recebe Missão Ecumênica em defesa das águas e das vidas do Cerrado
01 de setembro de 2019Atividades acontecem entre os dias 3 e 5 de outubro para denunciar crise hídrica e violação de direitos socioambientais da região

Os municípios baianos de Correntina e Barreiras recebem a Missão Ecumênica ‘’Pelas Águas dos Cerrados da Bahia no Oeste do Estado’’, que acontece entre os dias 3 e 5 de outubro e apresenta o lema ‘’Das Nascentes ao São Francisco, águas para a vida!’’. A iniciativa é do Fórum Ecumênico ACT Brasil com organização da Coordenadoria Ecumênica do Serviço (CESE), entidade integrante da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.
Mais urgente do que nunca, o tema da defesa das águas e das vidas dos povos do Cerrado no oeste baiano tem lugar central na proposta da Missão, realizada na região que abarca as bacias do Corrente e do Grande, que contribuem para o abastecimento do Rio São Francisco na Bahia. Apesar da notória importância, os cursos d’água encontram-se ameaçados pelo agronegócio de monocultura para exportação e agropecuária que assola a região.
De acordo com Sônia Gomes Mota, diretora executiva da CESE, é preciso colaborar com as populações que lutam diariamente em defesa deste bem comum. ‘’Não podemos tratar a água como mercadoria ou bem particular, por isso, com a realização desta Missão, assumimos o compromisso de nos solidarizar com essas lutas e denunciar os conflitos existentes’’, afirma.
‘’No oeste da Bahia isso se torna ainda mais relevante porque acompanhamos as lutas das comunidades que convivem diariamente com os impactos causados pelas barragens e pelo modelo de desenvolvimento do Agronegócio, que envenena e mata não somente as bacias hidrográficas, mas também as histórias e as culturas dessas pessoas’’, enfatiza Sônia.
Para além da solidariedade, sensibilização e denúncia, segundo a organização do evento, a Missão Ecumênica também tem o objetivo de ‘’anunciar um outro jeito de convivência com o Cerrado defendido pelas populações que habitam a região’’. Ainda segundo a diretora da CESE, ‘’precisamos anunciar um outro modelo de desenvolvimento que é sim possível e não sacrifica vidas humanas e a nossa natureza’’.
A programação de atividades conta com Audiência Pública, visitas às Comunidades, Ato Ecumênico e Lançamento do Livro ‘’Os pivôs da discórdia e a digna raiva: análise dos conflitos por terra, água e territórios em Correntina – Bahia’’ de Carlos Walter e Samuel Britto.
Fonte: Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)