Com o slogan “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e liberdade contra a violência”, Brasília recebe hoje mais uma edição da Marcha das Margaritas. O evento é a maior ação organizada na América Latina organizada por mulheres do campo, da floresta e das águas. Um bloco de religiosas e religiosos ligado ao Fórum Ecumênico ACT-Brasil se juntam à marcha.
A Marcha acontece a cada quatro anos. A primeira foi realizada em 2000, e inspirada na força da líder sindical do nordeste Margarida Alves, morta por defender os direitos dos trabalhadores rurais.
Por que este ano é estratégico para a realização da Marcha das Margaridas?
Sonia Mota, Diretora Executiva da CESE
A conquista da Marcha das Margaridas em 2019 tem um significado muito forte porque as mulheres saem para denunciar as políticas anti direitos e anti mulheres impostas pelo governo Bolsonaro em seus primeiros meses de governo. É também um momento de afirmação da força da política das mulheres e seus movimentos, seguindo um intenso processo de mobilização e reflexão das mulheres nos territórios de todos os cantos do Brasil.
Em sua sexta edição, a Marcha tem como slogan “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e liberdade contra a violência”, defendendo bens comuns, assistência social pública e previdenciária, universal e solidária; e a autonomia das mulheres sobre seu corpo e sua sexualidade, entre outros eixos de luta. Outra característica especial desta Marcha é a articulação com a Marcha das mulheres indígenas com o lema “Território: nosso corpo, nosso espírito”. Esta articulação torna esta edição da Marcha ainda mais significativa porque expressa a aliança entre as mulheres para enfrentar o avanço do racismo, do machismo, do fascismo e da cobiça do capital no território e na vida das mulheres.
Por que participar como mulheres evangélicas?
Esta é a primeira vez que vamos participar como mulheres evangélicas que fazem parte das igrejas e organizações do Feact Brasil. Marchamos em solidariedade com as mulheres rurais e as mulheres indígenas. Nós também marcharemos por nós mesmas, porque somos impactadas por todos esses reveses que estão acontecendo no país. Como mulheres evangélicas e feministas, queremos denunciar este governo que promove a morte e anunciar que não daremos um passo atrás em defesa de nossas conquistas e lutas por nossos direitos.
A Marcha Margaridas pela primeira vez recebeu financiamento coletivo para “coletar recursos complementares”, de acordo com a (Contag).
O Fórum Ecumênico ACT Brasil se reúne desde a segunda-feira 12 de Brasília.
Fonte: ALC NOTÍCIAIS – Claudia Florentin