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Projeto Dabucury fortalece governança indígena e apresenta primeiras experiências durante a COP30, em Belém

26 de novembro de 2025

Entre lançamentos, diálogos e trocas de experiências, o Dabucury reafirma a força das organizações indígenas e sua liderança na proteção e gestão dos territórios da Amazônia Indígena

O Projeto Dabucury marcou presença na Cúpula dos Povos na COP30, em Belém do Pará, com uma agenda dedicada ao fortalecimento da governança territorial indígena e à apresentação de experiências concretas de gestão e proteção dos territórios na Amazônia Legal.

Durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30, organizado por movimentos sociais e sociedade civil, foram lançados a publicação “Dabucury: Primeiras Experiências e o novo vídeo do projeto. Os materiais reforçam o papel do Dabucury em apoiar e dar visibilidade às iniciativas construídas e lideradas pelas organizações indígenas na gestão e proteção de seus territórios.

A publicação apresenta um panorama do primeiro ciclo de execução do projeto, realizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), com apoio do Fundo Amazônia/BNDES. O material reúne o trabalho das 28 organizações indígenas apoiadas pelo edital, distribuídas pelos nove estados da Amazônia Legal, e mostra os caminhos percorridos até setembro de 2025 na implementação dos PGTAs (Planos de Gestão Territorial e Ambiental) e dos IGATIs (Instrumentos de Gestão Territorial e Ambiental).

Os lançamentos foram realizados em dois momentos-chave: no espaço Teia da Gente – A Casa do IEB na COP30 e na Tenda do Tapiri Ecumênico e Inter-Religioso, espaço coordenado pela CESE.

Dabucury na Casa do IEB na Cúpula dos Povos

O primeiro momento ocorreu durante o painel “Territórios em Movimento – Experiências de Implementação de PGTAs e Fortalecimento da PNGATI na Amazônia Indígena”, que reuniu representantes das organizações indígenas para compartilhar avanços, desafios e estratégias de gestão territorial.

Organizado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em parceria com CESE e Coiab, o painel reforçou que a governança territorial é uma prática viva, construída coletivamente e que é essencial compartilhar experiências entre os povos indígenas.

O jovem líder Eurico Apurinã, da Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi (OPIAJ), destacou o papel do monitoramento realizado por agentes ambientais indígenas.

“A gestão do território não envolve só proteger o território, é também promover melhorias dentro das comunidades e fortalecer a autonomia. A nossa educação é frágil em nossa região, precisamos avançar em educação, saúde e saneamento, por isso, o trabalho dos agentes ambientais é fundamental, levantando dados sobre as aldeias, escolas, postos de saúde. Tudo isso faz parte da gestão de uma terra indígena”, afirmou.

O representante da Coiab e membro do Comitê Gestor da PNGATI, Ruwi Manchineri, apresentou o trabalho desenvolvido no projeto Garantindo os Direitos Territoriais dos Povos Indígenas na Amazônia Brasileira, enfatizando a implementação de monitoramentos e PGTAs nos territórios. Ele também destacou o papel do Comitê Gestor da PNGATI como espaço de coordenação, articulação e acompanhamento da política.

Ruwi Manchineri, representante da Coiab.


Para Vinicius Benites Alves, assessor de Projetos e Formação da CESE, a participação conjunta de CESE, Coiab e IEB consolidou um espaço de diálogo potente dentro da Cúpula. 

“A roda de conversa na Teia da Gente foi um espaço de troca e fortalecimento da parceria entre as organizações da sociedade civil e o movimento indígena. O IEB tem um papel histórico no apoio aos povos indígenas, tanto no fortalecimento das associações quanto na implementação dos instrumentos de gestão”, declarou.

Vinicius também destacou a importância de reunir a diversidade de organizações indígenas, não apenas as apoiadas diretamente pelo Dabucury.

“O grande destaque que queríamos dar à mesa era justamente a troca de experiências entre organizações de diversos estados. Não só com os que compuseram a mesa, mas permitindo que outras organizações compartilhassem seus avanços, desafios e aprendizados. Isso enriqueceu a discussão e mostra caminhos práticos que podem ser replicados em outros territórios”, completou.

Representantes das organizações indígenas, do IEB, Fundo Amazônia e da CESE.

Representantes do Fundo Amazônia/BNDES acompanharam o momento e destacaram a trajetória construída com o movimento indígena. Em sua fala, Fernanda, representante do FAM, ressaltou:

“A Coiab sempre trouxe ao Fundo Amazônia a demanda por recursos que chegassem diretamente às organizações indígenas e que fossem geridos por elas. Foi uma construção de anos, e a parceria com a CESE fortaleceu ainda mais esse processo, com transparência, sistematização e respeito às vozes dos territórios”, afirmou.

Dabucury no Tapiri Ecumênico e Inter-Religioso

A publicação Dabucury: Primeiras Experiências também foi apresentada no Tapiri Ecumênico e Inter-Religioso, realizado de 11 a 16 de novembro na Catedral Anglicana de Santa Maria, em Belém.

Em um dia dedicado ao lançamento de materiais sobre direitos humanos, proteção da Amazônia e clima, Vinicius Benites Alves apresentou o conteúdo da publicação que reúne os projetos, depoimentos e fotografias, destacando a importância da rede de parcerias que acompanha as organizações indígenas na gestão dos projetos e apoia CESE e Coiab no monitoramento.

Vinicius Benites Alves, apresentando a publicação “Dabucury: primeiras experiências” na tenda do Tapiri Ecumênico e Inter-Religioso.

Comunicação como ferramenta de fortalecimento territorial

Os produtos de comunicação do projeto Daducury: Compartilhando Experiências e Fortalecendo a Gestão Entoambiental das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira”, lançados na Cúpula dos Povos na COP30, foram produzidos para potencializar a visibilidade das ações que vêm sendo construídas pelas organizações indígenas na Amazônia Legal. Para Antônio Marinho Piratapuya, analista de comunicação da CESE e da Coiab, esses materiais cumprem um papel estratégico do projeto.

“Os produtos de comunicação do Dabucury não são apenas informativos, eles contam histórias, mostram processos e revelam a força política e organização das comunidades indígenas. Nosso compromisso é garantir que as experiências dos territórios cheguem ao público de forma sensível, fiel e fortalecedora, valorizando a narrativa das lideranças e a autonomia das organizações indígenas”, afirmou Antônio.

Exibição do vídeo institucional do projeto Dabucury, na Casa do IEB na COP30.

Acesse aqui a publicação “Dabucury: primeiras experiências”.

Acesse aqui o vídeo.

Compromisso com a governança indígena e o clima

A presença do projeto Dabucury na Cúpula dos Povos na COP30 reforça o compromisso com a consolidação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e com a implementação de caminhos concretos para sua efetivação.

Os lançamentos realizados mostram que a resposta ao desequilíbrio climático global passa, necessariamente, pelos territórios indígenas e que iniciativas como o Dabucury são fundamentais para garantir que esses territórios permaneçam protegidos, fortalecidos e com autonomia para conduzir sua própria gestão territorial.

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