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“Mulheres de Luta: Do Território ao Parlamento” – Le Monde Diplomatique Lança Série de Podcast em Parceria com CESE
21 de novembro de 2024
Nesta quinta-feira (21), o veículo Le Monde Diplomatique, em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), com apoio e financiamento da União Europeia, lança o podcast “Mulheres de Luta: Do Território ao Parlamento”. A série destaca a luta de mulheres indígenas brasileiras que, com coragem e determinação, estão ocupando espaços políticos e levando suas vozes das aldeias até o centro das decisões.

Dividida em dois episódios, a série traz histórias inspiradoras de resistência e representatividade de mulheres que estão “aldeando” a política brasileira e transformando o cenário de poder. O projeto faz parte da iniciativa Patak Maymu: Autonomia e participação das mulheres indígenas da Amazônia e Cerrado na defesa de seus direitos, que busca fortalecer as organizações indígenas e promover a participação ativa das mulheres na defesa de seus territórios e na construção de uma sociedade mais inclusiva e justa.
No primeiro episódio, os ouvintes são apresentados a Marinete Xakriabá e Jackeline Tukano, duas mulheres indígenas que ocupam importantes espaços de decisão, trazendo consigo a ancestralidade e a diversidade dos povos originários. Suas trajetórias reforçam a importância da presença indígena na política, inspirando novas gerações a resistirem e valorizarem suas raízes culturais.
O segundo episódio, intitulado “Demarcar Territórios e Aldear a Política”, convida o público a refletir sobre a importância da luta por direitos dos povos originários. Luciene Karajá e Vanda Witoto compartilham suas histórias e o significado de ocupar espaços de poder, destacando a urgência de uma política que proteja e respeite a diversidade cultural do Brasil.
Apresentado por Luene Karipuna, com roteiro de Mayla Karajá, produção de Beatriz Tuxá, edição e sonorização por Vicente Buya, o podcast “Mulheres de Luta” é uma jornada de resistência e esperança. A série traz uma mensagem importante sobre o impacto das mulheres indígenas na construção de um futuro que respeite as diferenças e fortaleça as raízes da sociedade brasileira.
Disponível a partir de hoje, a série “Mulheres de Luta: Do Território ao Parlamento” pode ser ouvida no podcast Guilhotina do Le Monde Diplomatique. Não perca essa oportunidade de conhecer e se inspirar com histórias que estão moldando um novo Brasil.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.