Instalação: A Ótica Feminista Desconstruindo o Patriarcado
05 de março de 2020
Neste mês de março, a CESE promove mais uma instalação sobre a luta das mulheres. Desta vez, a mostra traz o enfoque do feminismo sob o olhar cristão intitulado “A ótica feminista desconstruindo o patriarcado”. A instalação apresenta passagens bíblicas sobre as mulheres e as interpretações fundamentalistas, histórico crítico e feminista desses escritos. O objetivo da exposição, que está montada nas dependências da CESE, é ampliar a discussão internamente e ajudar a desconstruir as interpretações patriarcais e machistas que ainda permeiam o cristianismo.


A instalação foi idealizada pela cooperante alemã Britta Mann, que está há dois meses na CESE, em meio a uma preparação para seu ordenamento como pastora da Igreja de Confissão Luterana da Alemanha. Durante esse período no Brasil, Britta foi pesquisando como o fundamentalismo religioso tem sido usados para ir de encontro aos direitos das mulheres: “Acho que a religião pautada nesse tipo de interpretação pode ser muito perigosa. É preciso ter um entendimento mais aprofundado dos textos bíblicos para que possam ser usados de forma mais reflexiva.”, justifica a futura pastora.
Para Sônia Mota, diretora executiva da CESE e pastora da Igreja Presbiteriana Unida, é necessário continuar falando e atuando pelo fim do machismo não só dentro das estruturas eclesiásticas, mas também na sociedade como um todo: “Como a CESE é organização ecumênica e que luta pelos direitos humanos, não podemos deixar passar despercebido o avanço do fundamentalismo religioso e suas consequências para os direitos fundamentais, sobretudo para a vida das mulheres.”, e completa: “ É preciso lutar pelo fim do machismo, não aceitar que a Bíblia seja utilizada para legitimar a submissão e a violência contra as mulheres.”, afirma a diretora executiva da CESE


A instalação dedica um espaço para apresentar as vozes de mulheres cristãs, lideranças religiosas que expressam seus posicionamentos sobre machismo nos espaços eclesiais e sobre o atual contexto brasileiro de interferência religiosa do Estado que viola direitos das mulheres. Além do relato de Sônia Mota, há depoimentos de Romi Bencke, pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana e secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil; Presbítera Eleni Rangel da Igreja Presbiteriana Independente e membro da diretoria da CESE; e Odja Barros, doutora em Teologia e pastora Igreja Batista do Pinheiro.




A exposição também é composta das imagens das mulheres que compõe a equipe CESE. As trabalhadoras que se dedicam diariamente para ajudar a organização a cumprir sua missão e reafirmar seu compromisso com a luta das mulheres.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.