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Apoio a Projetos Mobilização de Recursos Wilde Ganzen

Da mobilização aos territórios: Rede de Mulheres Negras da Bahia mobilizou recursos e impulsionou a participação baiana na Marcha  de Mulheres Negras

17 de dezembro de 2025

Com o apoio da Metodologia de Dupla Participação, a Rede intensificou sua ação política e territorial rumo a Brasília

Contemplada pela ação da CESE no Programa de Pequenos Projetos, por meio da Metodologia de Dupla Participação, a Rede das Mulheres Negras da Bahia (RMNBA) fortaleceu, ao longo do segundo semestre de 2024 e deste ano, ações relacionadas à mobilização de mulheres negras rumo à Marcha de Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, realizada em 25 de novembro, em Brasília (DF).

A metodologia de “Dupla Participação” é uma iniciativa da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, por meio da qual os grupos apoiados mobilizam recursos locais e a CESE dobra o valor arrecadado. Essa metodologia visa fortalecer a autonomia financeira e a sustentabilidade de projetos sociais.

Preparação para um momento histórico

A Marcha reuniu 300 mil mulheres negras nas ruas de Brasília, oriundas das cinco regiões do país. Entretanto, a preparação para este momento histórico veio de muito trabalho acumulado ao longo dos anos anteriores. A Rede de Mulheres Negras da Bahia, junto a outras organizações e coletivos do estado e do nordeste, somou forças em formações e ações voltadas para o fortalecimento da pauta da reparação histórica e do Bem Viver, a partir da perspectiva dos territórios da Bahia.

Suely Santos, ativista integrante da organização, afirma que a agenda coletiva já estava prevista e que o projeto de dupla participação foi importante para fortalecer a mobilização das mulheres. “Foi um projeto que nos permitiu impulsionar as mulheres. O projeto foi fundamental para permitir que a gente fizesse os primeiros encontros organizativos para a Marcha das Mulheres Negras.”

A Rede de Mulheres Negras da Bahia é uma organização de referência no combate ao racismo, ao machismo e ao sexismo na Bahia. Fundada em 2013, com o principal objetivo de organizar a primeira Marcha de Mulheres Negras, realizada em 2015, sua missão é fortalecer, mobilizar e acolher as organizações de mulheres negras e suas integrantes, visando ao empoderamento coletivo, assim como visibilizar, estimular e incentivar a luta dessas mulheres no estado.

Da capital ao interior, uma mobilização contínua que fortaleceu a Marcha

Crédito: Revista Afirmativa

Foi destacado que a programação prevista no projeto foi cumprida, com a realização de atividades em Salvador e em cerca de sete cidades do interior da Bahia.

“Ao longo do ano fizemos conforme o planejamento, realizamos todas as caravanas previstas. O projeto também foi importante para permitir que a gente fizesse os primeiros encontros organizativos para a Marcha de Mulheres Negras, o lançamento, que ocorreu em novembro de 2024, e a criação do Comitê Estadual, possível graças à nossa organização e ao apoio da CESE com o projeto de dupla participação.”

Suely recorda o I Seminário Estadual da Bahia, preparatório para a Marcha Nacional das Mulheres Negras de 2025. A atividade aconteceu em fevereiro de 2025 e contou com mais de 130 mulheres de diversos territórios. Na Lavagem do Bonfim, em janeiro deste ano, as mulheres também estavam organizadas rumo à Marcha. A atividade, realizada pela RMNBA, foi incorporada como ação do Comitê Estadual da Marcha. No mar de branco, rumo à Igreja do Bonfim, ativistas se juntaram com seus turbantes vermelhos e cartazes, em um grito único por Reparação e Bem Viver.

Outras atividades que compuseram a agenda foram as caravanas de mobilização, que percorreram cidades da Bahia como Serrinha, Feira de Santana, Juazeiro, Seabra, Ituberá, Palmas de Monte Alto e Camaçari. O Encontro de Lideranças também foi destacado por Suely como uma atividade importante para o processo de mobilização e organização. A atividade reuniu cerca de 100 lideranças de diferentes cidades do interior da Bahia, no Instituto Anísio Teixeira, em agosto deste ano.

As atividades integraram uma iniciativa coletiva proposta pela Rede de Mulheres Negras da Bahia, contemplada pelo apoio da CESE, e construídas com organizações e coletivos, que juntas enfrentaram desafios para construir, nos territórios, uma programação de mobilização rumo à Marcha. O conjunto dessas ações mostra como o apoio da CESE contribuiu para impulsionar iniciativas já em curso, ampliando sua força e alcance. A trajetória construída ao longo desses anos evidencia que a potência da Marcha não está apenas no ato final em Brasília, mas no trabalho contínuo que se enraíza nos territórios. É essa mobilização permanente que seguirá sustentando a luta por Reparação e Bem Viver na Bahia e no país.

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