CESE reúne equipe e direção para avaliação das atividades do ano
13 de dezembro de 2019
Entre os dias 09 e 13 de dezembro, a equipe da Coordenadoria Ecumênica de Serviço esteve reunida para avaliar as atividades desenvolvidas pela organização durante o ano de 2019.
Nos três primeiros dias de encontro, o conjunto executivo da instituição organizou-se em setores para elencar os principais destaques e desafios do ano, bem como discutir pautas de interesse institucional em 2020. Foram momentos de construção coletiva sobre os principais eixos de ação da CESE: Diálogo e Articulação; Formação; Incidência Política; Projetos; Campanhas; Comunicação; Ecumenismo; e Gestão.
Esse processo colaborativo culminou na apresentação da avaliação para Diretoria Institucional da CESE. A equipe e a diretoria refletiram conjuntamente sobre os resultados apontados, as lições aprendidas e as perspectivas para o próximo ano, a fim de subsidiar o planejamento de 2020 e cumprir a missão de continuar atuando junto aos movimentos sociais e organizações populares.



Para nortear o olhar ao analisar o trabalho implementado durante o período, foi realizada uma breve análise de conjuntura, mostrando o desmonte e perdas de direitos que marcaram os últimos 12 meses. Divididos em grupos, os diversos setores construíram coletivamente esse momento, colocando suas percepções sobre a conjuntura política.Helivete Bezerra, da diretoria institucional, afirma que se percebe uma sintonia entre as apresentações dos setores da CESE. “As pessoas da equipe têm uma sintonia muito positiva, o que eu acho um diferencial. Isso é fundamental para o andamento da organização”.Para o presidente da CESE, Padre Marcus, a avaliação foi positiva. “Ficou evidente a mística de comunhão, de alegria e de corresponsabilidade. Não é apenas o fazer, mas o fazer acompanhado de uma dimensão de resistência, de coragem, empenho, dedicação e de unidade”.
O primeiro dia de reuniões foi finalizado com mística celebrativa relativa ao advento, confraternização e brincadeira de amigo secreto para celebrar a vida, as resistências, a luta coletiva e a esperança que se renova ao fim de cada ano.



Já no último dia de encontro, a diretoria institucional e executiva, junto às coordenações, se reuniram para discussão sobre a gestão institucional e financeira da CESE.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.