Nós, comunidades de fé e organizações parceiras da Amazônia, tomamos conhecimento, com extremo estarrecimento e tristeza, de mais uma denúncia de um grave caso de violência contra crianças e adolescentes yanomamis por parte de garimpeiros ilegais na comunidade Arakaçá, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
As denúncias incluem o estupro e o assassinato de uma menina de 12 anos e o desaparecimento de uma criança de 3 anos. Além disso, estamos há mais de 06 dias sem notícias dos 25 parentes indígenas que moravam nesta comunidade e cujas casas foram queimadas por garimpeiros da região.
Esse fato soma-se a uma série de outros atos de violência praticados contra crianças e adolescentes indígenas, incluindo a violência sexual, cometidos por garimpeiros que atuam de forma ilegal em Terra Yanomami.
Manifestamos, neste momento de dor, nosso apoio e inteira solidariedade a todo o povo Yanomami, de forma mais terna aos familiares das crianças vítimas da sanha inescrupulosa dos garimpeiros que agem na região. Estendemos esse apoio e solidariedade a todas as vítimas de violência e tráfico de crianças no Brasil.
Ao mesmo tempo, reafirmamos nosso compromisso com a luta em defesa do bem viver, dos direitos humanos e da democracia.
Também exigimos que a Polícia Federal siga com as investigações já iniciadas, e pedimos urgência e prioridade às autoridades competentes na apuração das graves denúncias para identificar e responsabilizar os envolvidos.
Também exigimos que a Polícia Federal siga com as investigações já iniciadas, e pedimos urgência e prioridade às autoridades competentes na apuração das graves denúncias para identificar e responsabilizar os envolvidos.
Endossamos, aqui, o grito de nossos parentes Yanomamis contra a atividade garimpeira, a mineração, o desmatamento desenfreado e o enfraquecimento dos órgãos de proteção indígena e fiscalização ambiental como FUNAI e IBAMA.
Denunciamos a forma omissa como o Governo Brasileiro vem tratando nossa região amazônica e todos os povos que aqui habitam e protegem, com seus conhecimentos e suas vidas, este chão sagrado que, neste momento, é duramente atacado.
Afirmamos a necessidade da efetivação das legislações vigentes em defesa da vida humana e da natureza, e da proibição da mineração em terras indígenas ou de quaisquer práticas danosas ao meio ambiente. Também exigimos que os governos da região condicionem as expedições de licenças ambientais à Consulta, prévia e informada dos povos e comunidades tradicionais, conforme estabelece a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Por fim, oramos por toda a nossa Amazônia, oramos por seus povos e comunidades tradicionais que guardam com suas vidas esse belo Jardim do Coração de Deus, e rogamos a força necessária nessa hora da vida para defender nossos parentes e proteger a Terra-Floresta.
Subscrevem esta nota junto com a REDE AMAZÔNIZAR seguintes instituições:
– CESE: Coordenadoria Ecumênica de Serviço
– AMARN NUMIÃ KURA
– Rede Um Grito pela Vida.
– Diocese Anglicana da Amazônia.
– CONIC: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
– Bispado Primaz do Amazonas/Fraternidade Amigos do Evangelho
– PAD: Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas e Parceiros Brasileiros
– Koinonia Presença Ecumênica e Serviço
– CAIC -Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs.
– Coletivo Mulheres Políticas Públicas e Sociedade – MUPPS
– Missionários Combonianos.
-VIVAT INTERNACIONAL/BRASIL
-Associação de Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia ADHMA
– Comissão VERBITA JUPIC- Justiça, PAZ E INTEGRIDADE DA Criaçao
– Comitê Dorothy
– Instituto das Irmãs da Santa Cruz
– Feact- Brasil- Fórum Ecumênico Act- Brasil.
– CEBI- Centro de Estudos Bíblicos
– IPU – Igreja Presbiteriana Unida do Brasil.
– CIMI – Regional Amazônia Ocidental.
– CIMI – Regional Norte.
– CIMI – Regional Norte 2
– Rede Eclesial Pan Amazônia- REPAM Brasil
– Fraternidade Ortodoxa São Nicolau / Igreja Ortodoxa da Gália no Brasil.
I- ITEPES – Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia .
– ASPSEA – Associação de Assistência Social e Promoção
à Saúde do Estado do Amazonas
– Articulação Francisco e Clara