CESE convida igrejas e organizações populares para refletir sobre como as mídias sociais podem potenciar suas ações de mobilização de recursos
Falar sobre mídias sociais e recursos financeiros muitas vezes traz mais dúvidas do que respostas. As infinitas possibilidades que a internet traz, mas, ao mesmo tempo, a insegurança que ela também apresenta podem ligar um certo alerta vermelho para as organizações mobilizarem recursos para os seus projetos. São muitas siglas, termos em inglês, ferramentas diferentes… por onde a gente começa?
Para Lucyvanda, uma dos primeiros pontos a se desmistificar é a ideia de que as organizações não sabem lidar com finanças. “As pessoas se surpreendem quando veem que todo mundo faz mobilização de recursos. O que falta então para que essa mobilização nos ajude de forma sustentável? É ter estratégia”, destaca.
Foi pensando em debater de forma didática e estratégica esse tema que a CESE realizou na última quinta (14) a roda de conversa virtual “Mobilizando recursos através das mídias sociais”. O evento, apoiado pelo Projeto Virando o Jogo, faz parte de uma série de cursos realizados pela entidade com foco na mobilização de recursos locais e reuniu cerca de 50 pessoas – dentre representantes de movimentos do campo e da cidade, igrejas e povos de terreiro de todo o país. O debate contou com a contribuição de Lucyvanda Moura, educadora popular em mobilização de recursos, assessora de projetos e formação da CESE, e Geanderson Reis, assessor de comunicação e especialista em SEO.
A educadora salienta também que é importante pensar na ideia de “mobilização” de recursos ao invés de “captação”, como é mais popularmente conhecido. “Mobilizar tem um sentido mais amplo que captar. Quando a gente mobiliza recursos, nós mobilizamos pessoas para nossa causa”, ressalta Lucyvanda.
Estratégia dentro e fora dos meios digitais
Imagens: Gean Reis e Lucyvanda Moura
Segundo o Relatório Global Digital 2023, 4.76 bilhões de pessoas no mundo utilizam as mídias sociais, sendo o Whatsapp, Instagram e Facebook três das redes favoritas do público. Se destacar diante de espaços tão disputados e, mais do que isso, conquistar e engajar pessoas para mobilizar recursos é um desafio para as organizações. De acordo com Geanderson, para elas conseguirem visibilidade nas mídias, primeiro precisam cuidar das redes sociais que estão fora do espaço virtual – como a comunidade da igreja, do terreiro ou do bairro que ela se insere, por exemplo. “Quem não tem grana para anúncio, precisa ter rede de apoio. Ou você cuida bem de quem está engajado ou perderá recursos”, alerta.
Um bom posicionamento nas mídias também se faz com técnicas e ferramentas específicas. Uma das principais ensinadas pelo jornalista é o SEO – sigla para “Otimização de Mecanismos de Busca” em inglês. O SEO é um conjunto de técnicas usadas para alcançar um bom posicionamento de um site no Google e em outros buscadores, o que, segundo Geanderson, cumpre um papel fundamental para que as organizações consigam ser vistas pelos usuários. “É importante fazer um trabalho para aparecer no Google porque ele ainda é o melhor buscador”, ressalta.
Para os participantes, a oficina sobre “Mobilizando Recursos Locais através de mídias sociais” trouxe várias ideias e acabou com um gostinho de quero mais. “O encontro aguçou a curiosidade para querer aprender mais e mais. Então agora a gente vai buscar seguir”, salienta Janai Pires, da Associação de Moradores da Comunidade do Barreiro, Vale do Paraguary e Adjacência (AMCBVA). Para Cláudio Linhares, da diocese de Recife (PE) da Igreja Episcopal Anglicana, o debate também funcionou como um ponto de partida. “Agradeço a oportunidade e a formação que abre a mente para o sucesso de nossas atividades”, ressalta.