Mobilização de recursos através de eventos é mais um tema de roda de conversa virtual realizada pela CESE
Organizar eventos é uma forma de angariar recursos para as organizações. E realizá-los é uma metodologia comum para igrejas e grupos populares que desejam mobilizar recursos financeiros e receber apoio para suas causas. No entanto, essas ações nem sempre dão rendimentos.
“Normalmente, quando as organizações precisam de um recurso mais imediato e livre realizam diversas ações como bingo, bazar, atividades com música, jantar, almoço. Mas, muitas vezes essas iniciativas não são realizadas de forma estratégica e planejada.”, declara Lucyvanda Moura, assessora de projetos e formação da CESE, ao exemplificar que os custos podem ultrapassar o valor da arrecadação. E continua: “Isso pode dar a impressão que não vale a pena realizar evento como uma forma de angariar recursos.”
Foi pensando em debater de forma didática e estratégica esse tema que a CESE realizou na última quinta (05) a roda de conversa virtual “Mobilizando recursos através de eventos”. O assunto da atividade foi fruto de um recente levantamento feito pela CESE sobre a contribuição das formações que realiza para fortalecer a prática das igrejas, comunidades de fé e movimentos populares.
A atividade, apoiada pelo Programa Virando o Jogo, faz parte de uma série de cursos realizados pela entidade com foco na mobilização de recursos locais e reuniu cerca de 30 pessoas num encontro online. O debate contou com a explanação dialogada de Lu Barreto, produtora cultural e coordenadora de produção da Polo Cultura Marketing e Produção.
“Planejamento é a palavra-chave. E o tempo é fundamental para pensar e desenvolver as ações, que serão norteadas por tomadas de decisão.”, afirma Lu Barreto. Para ela a programação, com tema, o que vai oferecer ao público, playlist, a estrutura e formato do evento são os primeiros movimentos para impulsionar a organização e as demandas de trabalho. A partir dessas definições e da compreensão sobre questões logísticas — data, local, capacidade e horário – são traçados os objetivos e os caminhos para alcançá-los.
A produtora cultural salientou também sobre a importância da divulgação da atividade. “Só conseguimos adesão de público com uma boa divulgação. O público precisa ser atingido através de todos os canais possíveis, e isso também requer um planejamento”. A divulgação não só cuida da promoção do evento, mas também é importante para mostrar aos apoiadores a capacidade de mobilização de pessoas e a abrangência do evento.
As pessoas tiveram acesso a todos as etapas para a organização de um evento (pré-produção, a pré-produção na véspera, produção e pós-produção), documentação, checklist, entre outros. Além disso, foram apresentados desafios, soluções técnicas e administrativas que podem aparecer durante a realização dessas ações de mobilização de recursos: “Não existe evento sem imprevistos. Nessas situações fazemos concessões e adaptações para solucionar as questões impostas. Mas, é importante ter uma lista detalhadas sobre as possibilidades para nos precaver e deixar a gente preparado/a.”, informou Lu Barreto.
Um evento bem produzido, sobretudo para mobilização de recursos, deixa legados para organização: “O material que ajuda em uma reforma, na aquisição de bens e produtos. Mas, também tem o potencial de marcar as pessoas, seja na sensibilização, no histórico e no novo público.”, conclui a convidada da roda que contribuiu com as quatro edições do Show Música e Direitos Humanos da CESE.
Para os/as participantes, a oficina sobre “Mobilizando Recursos Locais através de eventos” deixou valiosas dicas e amplia os conhecimentos do grupo: “Tivemos uma troca boa de experiências. O interessante é que aguça o desejo de melhorar nas ações futuras. Ajuda na autoestima, no sentido que somos capazes de mobilizar recursos com os pés no chão, foco, planejamento e determinação.”, avaliou Janai Pires, da Associação de Moradores da Comunidade do Barreiro, Vale do Paraguary e Adjacência (AMCBVA).