Nota do CEBI: O clamor do sangue dos Wajãpi grita desde a terra
30 de julho de 2019por Direção Nacional do Centro de Estudos Bíblicos*
Diante da violência aos irmãos indígenas Wajãpi e assassinato de uma de suas lideranças promovida por interesses da exploração econômica e da tomada das terras de quem são seus legítimos herdeiros, nós do CEBI, através desta nota, repudiamos e somos veemente contra tais atos que atentam contra a vida.
Vários setores do governo e da mídia (inclusive pelas redes sociais) tentam minimizar os conflitos na região, simplesmente noticiando uma “suposta morte de índio” ou “nem por drone ou informações obtidas por agentes da região atestam a presença de grupos armados”, ou ainda, “reflexo do susto da morte de um indígena”.
Essas são algumas afirmações absurdas do desconhecimento dos graves conflitos na região e os interesses governamentais, políticos e econômicos no âmbito nacional e internacional de tomada de terras indígenas para extração e garimpo. Diante dessas ações assassinas e da violência contra a vida de tantos irmãos e irmãs, ouvimos as provocações diante da morte de Abel: “Onde está o teu irmão?” “O que foi que você fez? O clamor do sangue do seu irmão grita por mim desde o solo”.
O sangue do povo Wajãpi clama desde a mãe terra contra aqueles que no poder das armas, no poder do capital e no poder político tramam contra a vida.
Exigimos o respeito à vida dos povos indígenas e originários e a garantia de seus direitos em suas terras. Exigimos que os órgãos federais e as autoridades públicas tomem medidas urgentes para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque aos Wajãpi. Por fim, nos unimos às muitas organizações e movimentos na defesa sagrada da vida.
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Nota da Direção Nacional do CEBI, 29 de julho de 2019.
Foto de capa: Os índios Wajãpi/VICTOR MORIYAMA/El País
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.