No final da segunda sessão da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desta quarta-feira, 26 de abril, o episcopado brasileiro recebeu representantes de diferentes Igrejas para uma celebração Inter-religiosa.
A celebração inter-religiosa, que é uma tradição realizada durante as Assembleias gerais da CNBB, foi presidida pelo bispo emérito de Cornélio Procópio (PR), dom Manoel João Francisco, presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB.
Para dom Manoel, esses momentos são muito importantes e significativos, pois criam afeição e proporcionam conhecimento. “Refletem a comunhão entre as várias religiões e de toda a humanidade. Todas as religiões são expressão de Deus e todas buscam fazer o bem e espalhar o bem. Podemos e devemos nos reunir e trabalhar pela paz, pela humanização, para criar um mundo que se possa viver em plenitude”.
Religiões e a cultura da paz
A presidenta da CESE e presbítera da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPI), Eleni Rangel, pontua que participar da celebração inter-religiosa na 60a. Assembleia da CNBB foi um grande privilégio. “É também uma oportunidade preciosa de testemunhar, como representantes de diferentes tradições religiosas, a possibilidade e a importância da unidade mesmo na diversidade religiosa como expressão de um mundo onde reine a paz, a compreensão mútua e o cuidado com as pessoas a nossa volta e ao meio ambiente como sinal do divino que habita em nós.”
Durante a celebração, o sheikh Mohamad Al Bukai, também falou sobre a importância da parceria de longa data entre as religiões para combater todo o tipo de violência. “Nosso Deus e vosso Deus é único e somente a Ele nos submetemos. O trabalho de tentar unir nossas comunidades para combater qualquer violência e injustiça é constante. Hoje, antes da religião, precisamos humanizar as pessoas”, disse.
O ser humano, disse o sheikh, é como um pote, que pode estar cheio de água limpa, ou leite, mas se estiver contaminado, vai contaminar tudo. “Não adianta ensinar religião para alguém que não está humanizado.Precisamos começar pela humanização das pessoas para que quando praticam a religião, não importa qual seja, seja humanizada”, enfatizou.
A celebração contou ainda com a participação de representantes de diversas religiões, unidos em oração e comunhão: representante Mulçumano, da Família Abraâmica, Átila Kus; representante da Igreja Evangélica Presbiteriana Independente, pastor Alberi Neumann; representante da Igreja Luterana e vice-presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristas (Conic), presbítera Anita Wright Torres; representante Mulçumano, sheikh Mohamad Al Bukai; representante Judeu, Raul Meyer; representante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, bispo Cezar Fernandes Alves; representante da Igreja Presbiteriana, pastora Eleni Rodrigues Mendes.
Ao final da celebração, os representantes das religiões e os participantes da assembleia rezaram, juntos, a oração de bênçãos, colocando a mão no ombro da pessoa ao seu lado.