CONIC: 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
25 de novembro de 2018Neste domingo, 25 de novembro, inicia a Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
O dia 25 de novembro é, oficialmente, o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, entretanto, considerando a situação de violência vivida por mulheres nas diferentes regiões do planeta, até 10 de dezembro, diversos países realizam esta Campanha. O objetivo é dizer um BASTA para toda e qualquer situação que coloca em risco a vida das mulheres.
O Brasil registra cerca de 600 casos de violência doméstica e 160 estupros por dia. Dos 55.900 homicídios que acontecem por ano no território nacional, 4.539 são de mulheres. Muitos destes homicídios são realizados por namorados ou maridos. Em um ano, 193 mil mulheres registraram queixa por violência doméstica, de um total de 221 mil casos. Por dia, 530 mulheres acionam a Lei Maria da Penha. Esses dados estão disponíveis no 12° Anuário Brasileiro da Segurança Pública.
Mas o que nós, cristãos e cristãs, temos com isso? A fé em Jesus Cristo não aceita nenhum tipo de violência. Ferir a integridade física, moral ou religiosa das mulheres é contrário ao que Jesus nos ensina. Jesus é o príncipe da paz (Is 9:6), por isso, como pessoas batizadas, temos de ser “seus imitadores” (1 Cor 11:1). Enquanto imitadores e imitadoras Daquele que veio trazer a Boa Nova, não podemos tolerar a violência. Somos filhos e filhas de um Deus de amor (1 Jo 4:8). A bíblia diz que o amor “…não maltrata e não se alegra com a injustiça” (1 Cor 13:4-6).
Não podemos esquecer que muitos casos de violência doméstica contra a mulher ocorrem em lares cristãos. Diante disso, precisamos nos perguntar: até que ponto o ensinamento de Jesus transforma nossas práticas e condutas? De que forma compatibilizar o testemunho cristão com a violência doméstica? É importante lembrar do conselho bíblico que orienta: “Sede praticantes, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22).
Num país onde a maior parte da população se reconhece cristã, é inaceitável que as estatísticas e histórias de violência contra a mulheres sejam tão altas.
Conclamamos todas as comunidades de fé a organizarem ações pelos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
Não sabe o que fazer? Comece tentando uma simples e descontraída roda de conversa. Pode até ser em pequenos grupos. Dependendo da dinâmica da igreja, o tema pode ser abordado na Escola Dominical, na Catequese, no círculo bíblico. Reflita também sobre a violência doméstica nas homilias das celebrações de domingo e nos grupos de casais. Fique atento para identificar casos de violência doméstica em sua comunidade de fé. Se uma mulher que sofre violência te procurar para conversar, não peça para ela suportar a violência pelo bem da família, ao contrário, fortaleça-a para que consiga denunciar a situação de violência. A ausência da denúncia pode significar uma morte futura. Nosso silêncio e omissão nos torna cúmplices.
Não se cale.
Ligue 180 e denuncie!
Violência contra a mulher é crime.
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!