<a href="https://www.cese.org.br/forum-ecumenico-act-brasil-rebate-a-nota-da-funai/"><strong>Fórum Ecumênico ACT-Brasil rebate a nota da FUNAI</strong></a>
06 de maio de 2020
Com surpresa e indignação, tomamos conhecimento da nota da assessoria de comunicação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), intitulada “Os Fatos”, publicada no dia 04/05/2020.
A nota em questão ataca os povos indígenas e a política indígena brasileira, elaborada com muito engajamento, luta e comprometimento dos movimentos indígenas, organizações indigenistas, pesquisadoras e pesquisadores de renomadas universidades.
A tentativa falaciosa em deslegitimar a política indígena, associando-a com governos socialistas, não poderia ser algo mais distante dos fatos e da realidade. É importante destacar que toda a política indígena é resultado do processo democrático da constituinte, que não era socialista, e que contou com ampla participação dos povos indígenas organizados e todos os partidos políticos do Brasil à época. Considerar as políticas implementadas “assistencialistas e paternalistas” é desconhecer a luta, negar o protagonismo dos povos indígenas e sua autodeterminação.
Sabemos que o atual governo orienta-se por um fundamentalismo religioso e econômico, estruturado em uma teopolítica colonial que tem como objetivo a limpeza de territórios indígenas e quilombolas, para entregá-los às empresas de mineração, ao agronegócio e ao grande capital financeiro. É a mesma lógica colonialista de extermínio dos povos indígenas que chegou ao Brasil em 1500.
Repudiamos o ataque à Teologia da Libertação que, ao contrário do que afirma a nota, não é de matriz marxista, mas é embasada no Evangelho de Jesus Cristo que considera todas as pessoas sujeitas de direito e de dignidade.
O posicionamento da FUNAI, expresso na nota de sua assessoria de comunicação, é extremamente ideológico e se vale de uma retórica vazia, sem qualquer fundamentação em dados e análises da trajetória das políticas públicas voltadas para os povos indígenas.
Expressamos irrestrita solidariedade com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), com os povos indígenas e demais organizações indigenistas. O uso de uma retórica agressiva, que ignora anos de estudos e políticas responsáveis para com os povos indígenas, dignas de reconhecimento internacional, tem o propósito de mascarar a teopolítica colonial do atual governo que, em última análise, pretende promover um novo extermínio indígena.
Estamos vigilantes para denunciar toda e qualquer política de extermínio indígena, com todas as nossas forças e crenças.
Não nos calarão e não nos vencerão!
Ñanderu mandou dizer: A hora é agora!
Fórum Ecumênico ACT-Brasil
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.