Ilha de Maré pede socorro e assistência para combater Coronavírus!
20 de março de 2020
Falta de acesso à saúde, dificuldade de condições sanitárias adequadas e todo racismo ambiental sofrido pela comunidade da Ilha de Maré (BA), deixa quilombolas e pescadores/as mais vulneráveis diante da pandemia do Coronavírus.
A crise mundial do coronavírus ameaça a vida de todas as pessoas de forma simultânea, sobretudo, para as populações tradicionais e grupos sociais mais vulneráveis, como as mais 10 mil pessoas da ilha que vive diariamente com adoecimento da população devido à contaminação das águas causada pelo Porto de Aratu, em Candeias (BA), e mais recentemente pela contaminação de óleo no litoral do Nordeste, em outubro de 2019.
Para Marizélia Lopes, uma das lideranças do Movimento de Pescadores e Pecadoras (MPP) da Ilha de Maré o descaso governamental é histórico e se agrava mais nesse momento de proliferação da doença. “Não temos médico há um ano. Se tiver necessidade de socorro, morremos no meio do caminho. Principalmente idosos e crianças. Com essa situação, estamos entregues nas mãos de Deus. Nos tratam como se não fossemos gente e não tivéssemos direitos. Mas, nós temos e vamos cobrar.”, denuncia Marizélia.
Há protocolos e recomendação quanto à redução das aglomerações e da circulação de pessoas, no entanto boa parte das famílias dependem da comercialização diária e semanal para garantir a subsistência através do pescado, artesanato e produtos agrícolas. “Há muito gente desempregada e que depende das vendas daquilo que produz. Essas pessoas precisam de cestas básicas.”, afirma a liderança.
Com suas atividades comprometidas, e preocupados/as com a saúde e vida das famílias que vivem na Ilha de Maré, o movimento cobra das autoridades as seguintes medidas:
1.Pedir intermediação deles para que tenha uma equipe ou duas de saúde na ilha e uma ambulancha preparada para caso de emergência;
- Cestas básicas para as famílias que não tem pessoas empregadas e que dependem da comercialização semanal, diária para garantir a subsistência (pescadores, artesãos e agricultores);
- Ver a possibilidade de compra do pescado daquelas pessoas que tenham para vender;
- O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS criar um número para comunicação de emergência:
- Prefeitura proibir a chegada de turistas na Ilha;
- O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS fazer um levantamento das condições sanitárias das casas dos idosos da Ilha e apoiar. Troca de colchões, etc;
- Garantir a vacinação viral (gripe e HN1) na Ilha de forma descentralizada para evitar aglomerações.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.