Notícias
Apoio a Projetos

Escola de Formação Elizabeth Teixeira fortalece soberania alimentar no campo e na cidade

30 de outubro de 2025

A soberania alimentar é um dos grandes desafios do nosso tempo — especialmente em um país onde, ao mesmo tempo em que o campo é dominado por monocultivos e agrotóxicos, milhões de famílias urbanas enfrentam insegurança alimentar. No Distrito Federal e Entorno, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) vem construindo uma ponte entre esses dois mundos por meio da Escola de Formação de Agentes Territoriais Elizabeth Teixeira, iniciativa apoiada pela CESE através do edital de Pequenos Projetos.

A proposta nasceu da compreensão de que garantir comida saudável para todos exige unir campo e cidade em torno de um novo paradigma de produção e distribuição de alimentos saudáveis, conforme explica Eduardo Theodoro, integrante do movimento.

“É preciso romper com a lógica que impõe ultraprocessados ou a fome para a periferia e o uso indiscriminado de agrotóxicos no campo, enquanto os ricos acessam alimentos orgânicos e esse tipo de produção se distancia do pequeno agricultor”, reforça.

A partir dessa reflexão, o movimento iniciou, em 2024, um processo de formação mais estruturado na região. Após realizar atividades de formação técnica em agroecologia, o MPA avaliou que seria necessário avançar na formação política e de metodologia do trabalho popular para qualificar a atuação. “Por isso, decidimos realizar a Escola de Formação de Agentes Territoriais Elizabeth Teixeira, com o intuito de capacitar militantes e lideranças comunitárias em aproximação com o movimento para atuar nos territórios, do campo e da cidade.”

Com o apoio da CESE, o projeto foi estruturado em três blocos teóricos realizados no Instituto Federal de Brasília (IFB) – Campus Planaltina e uma atividade prática junto à comunidade quilombola Kalunga do Vão de Almas, em Goiás.

Os encontros no IFB reuniram militantes, educadores e lideranças comunitárias em fins de semana de formação intensiva, com debates, exposições teóricas e momentos de integração cultural.

“As atividades mantiveram um ótimo nível de qualidade do debate e de participação dos presentes, ainda que tenha oscilado com relação à assiduidade. A convivência entre os participantes desencadeou processos de organização social junto a duas comunidades no DF, estreitou os vínculos entre a militância e garantiu que os participantes se apropriassem da estratégia do movimento”, relata Eduardo.

A etapa junto à comunidade Kalunga marcou a continuidade de um curso sobre tecnologias sociais de bioinsumos, iniciado anteriormente. Nesta segunda etapa, os agricultores, já apropriados das práticas, assumiram o protagonismo e contribuíram para o direcionamento da atividade, combinando o conhecimento tradicional e o científico para o desenvolvimento das tecnologias.

O trabalho com a comunidade também abriu caminhos para novas ações de fortalecimento produtivo e de autonomia. “Ao final da atividade com os Kalunga ainda foi possível planejar os próximos passos para contribuir com o desenvolvimento da produção junto à comunidade”, completa.

Para o movimento, o apoio do edital da CESE foi decisivo para que o projeto alcançasse seus resultados. “O edital cumpriu um papel central para a realização dessas atividades. A partir dele asseguramos a alimentação dos participantes, a logística de transporte para as atividades no IFB e no território Kalunga. Além disso, foi possível garantir uma infraestrutura básica que irá ajudar a ampliar a produção de bioinsumos no território Kalunga, fortalecendo o desenvolvimento de uma agricultura sem agrotóxicos.”

A Escola de Formação Elizabeth Teixeira tem se consolidado como um espaço de aprendizado, articulação e mobilização entre campo e cidade. A iniciativa demonstra que a formação política e o fortalecimento das comunidades são caminhos essenciais para garantir a soberania alimentar e popular no país, unindo saberes tradicionais, agroecologia e justiça social.

Programa de Pequenos Projetos

Desde a sua fundação, a CESE definiu o apoio a pequenos projetos como a sua principal estratégia de ação para fortalecer a luta dos movimentos populares por direitos no Brasil.

Quer enviar um projeto para a CESE? Aqui uma lista com 10 exemplos de iniciativas que podem ser apoiadas:

1. Oficinas ou cursos de formação

2. Encontros e seminários

3. Campanhas

4. Atividades de produção, geração de renda, extrativismo

5. Manejo e defesa de águas, florestas, biomas

6. Mobilizações e atos públicos

7. Intercâmbios – troca de experiências

8. Produção e veiculação de materiais pedagógicos e informativos como cartilhas, cartazes, livros, vídeos, materiais impressos e/ou em formato digital

9. Ações de comunicação em geral

10. Atividades de planejamento e outras ações de fortalecimento da organização

Clique aqui para enviar seu projeto! Mas se você ainda tiver alguma dúvida, clica aqui.

Compartilhar
Depoimentos

VEJA O
QUE FALAM SOBRE NÓS

DOE PARA UM
PROJETO

Faça uma doação