“Baianão Ecumênico”: Diversidades em convivência, esperança ecumênica
04 de outubro de 2017

Diante do quadro de intolerâncias e crescimentos dos fundamentalismos que toma conta da nossa sociedade, e vendo estes fenômenos crescerem de forma assustadora dentro das nossas igrejas, desejamos fomentar o diálogo ecumênico e inter-religioso, a comunhão fraterna entre adeptos de diferentes formas e expressões do crer, despertar e trabalhar a percepção da urgência e necessidade de nos “convertermos” todos/as em agentes transformadores das estruturas socioeconômicas e nos engajarmos na promoção de políticas públicas inclusivas.
A proposta é que cada participante, ao retornar para sua comunidade de origem, seja um/a multiplicador/a dos processos e dos valores trabalhados durante os dois dias de encontro.
Nossos objetivos:
- Fomentar a reflexão acerca das intolerâncias e da necessidade de construir diálogo e convivência entre os diferentes;
- Contribuir para que as pessoas participantes avaliem seu comportamento no que tange ao respeito do direito de ser e existir das pessoas em suas individualidades, independente da sua pertença religiosa, raça/etnia, gênero e orientação sexual.
- Identificar pistas e ações concretas para contribuir com a construção de uma sociedade em que prevaleçam relações justas e inclusivas, rompendo com práticas discriminatórias e preconceituosas, a partir do contexto de cada participante e dentro das condições do CEBIC.
Descrição das atividades:
Como o próprio título sugere, o Encontro visa criar espaços de colaboração e convivência, com troca de experiências e o enriquecimento mútuo a partir das nossas diferenças. Para atingirmos os objetivos propostos, serão utilizadas metodologias diferenciadas nos diversos momentos: palestras, momentos lúdicos, rodas de diálogo, trabalhos em grupo, troca de experiências e momentos celebrativos.
PROGRAMAÇÃO
06/10/2017
18:00 Chegada e credenciamento
20:00 Acolhida
20:20 Mística de abertura
21:00- Forró da Paixão
07/10/2017
07:00 Café
08:00 Mística de abertura
08:30 Trabalho em grupo para pensar a convivência com a diversidade.(neste momento cada grupo trabalhará pelo menos com duas perguntas provocadoras sobre o tema da diversidade e qual a disponibilidade de conviver e aceitar o diferente)
10:00 Lanche
10:30 Apresentação das sínteses e debate sobre elas no plenário.
12:00 Almoço
14:00 Cantando nossa Diversidade
14:20 Mesa com reflexões a partir das sínteses propostas pelo grupo no período da manhã
15:30 Lanche
16:00 Encontros ecumênicos (grupos):
Tema 1: Diversidade Religiosa e diálogos inter-religiosos.
Tema 2: Diversidade Religiosa, Gênero e Sexualidades
Tema 3: Diversidade religiosa e Juventudes
Tema 4: Diversidade Religiosa e Estado Laico
18:00 Descanso
19:00 Café
20:00 Celebração da Luzes
21:00 Diversidade em Convivência – Noite lúdica ao som de MPB
08/10/2017
07:00 Café
08:30 Compromissos ecumênicos – grupos por Igrejas a fim de que juntos/juntas possam escrever seus compromissos. Esses compromissos devem compor a mística de encerramento.
09:30 Avaliação
10:30 Mística de Encerramento.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.