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Representantes de organizações e movimentos sociais do Acre, Tocantins, Piauí, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul, que tiveram seus projetos aprovados na Metodologia Dupla Participação, participaram entre os dias 11 e 15 de junho, em Salvador (BA), da Oficina sobre Mobilização de Recursos Locais. O curso faz parte do programa Virando o Jogo, ministrado no Brasil pela CESE, parceira da organização Gansos Selvagens (idealizadora do programa) e MDF.
A chamada de Projetos realizou-se por meio de carta-convite endereçada para cerca de 200 entidades do país, que tivessem suas propostas voltadas para a luta pela resistência frente ao rebaixamento dos direitos e a agenda conservadora do governo. Por meio do apoio a projetos, a CESE estimula que esses grupos mobilizem metade do recurso necessários para realizar seu projeto e em seguida dobra o valor obtido. E para ampliar a capacidade dos grupos neste desafio, a CESE ofereceu a formação para fortalecer as organizações e ampliar o alcance do recurso.
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Gislene Bulhões, do Centro de Formação e Organização Comunitária – CEFORC, destaca a leveza como os assuntos foram abordados e descreve como a formação irá fortalecer a instituição: “O curso veio em um momento chave para organização não só para fortalecer a mobilização de recursos, mas para traçar novos caminhos para buscar apoios. O método trazido pelas facilitadoras foi muito bom, trocamos experiência e aprendemos de forma descontraída.”, afirma a representante da baiana da cidade de Livramento.
Durante os cinco dias de oficina os/as participantes refletiram sobre mobilização como estratégia para a sustentabilidade institucional; planejamento, elaboração e monitoramento de um plano de mobilização de recursos locais através do portal; e construção de instrumentos de comunicação capazes de motivar a adesão de indivíduos às causas das organizações.
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Além disso, a formação foi composta de uma enriquecedora roda de conversa sobre os desafios da atual conjuntura e a sustentabilidade das organizações da sociedade civil, na perspectiva da mobilização de recursos e nas estratégias coletivas de interlocução pública. Para esse momento, a CESE contou com a contribuição de Cátia Cardoso, diretora executiva da Cáritas Brasileira Nordeste 3, e de Felipe Estrela, presidente Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR.
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Para Gabriela Monteiro do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE) o curso foi uma oportunidade de aprendizados e reflexões: “Para nós do MMTR-NE essa temática tem sido fundamental. Estamos vivendo um período muito complicado na conjuntura brasileira e isso impacta diretamente na nossa sustentabilidade. Todas as discussões que fizemos nos últimos dias, além do aprofundamento dos exercícios na plataforma, têm sido muito úteis e certamente tem nos desafiado a pensar fora da caixinha.“, pondera a participante de Caruaru Pernambuco.
Para a oficina, a CESE reservou-se do direito de selecionar as propostas da Chamada que considerou mais relevante, e também de convidar duas organizações parceiras para capacitação: Odara – Instituto da Mulher Negra e COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.