PAD realiza rodas de diálogo sobre relações entre cooperação internacional e OSC´s e promove lançamento de publicações - CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço" /> PAD realiza rodas de diálogo sobre relações entre cooperação internacional e OSC´s e promove lançamento de publicações - CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço" />

Nesta quarta (16), foi realizada a Roda de Diálogo Internacional organizada pelo PAD – Processo de Articulação e Diálogo nos períodos matutino e vespertino. O formato do evento possibilitou uma espécie de reencontro afetivo virtual, com todas as cerca de 60 pessoas visibilizadas na tela simultaneamente, dentre elas: integrantes do PAD, CESE, de movimentos sociais, organizações e agências de cooperação.

À parte afetiva somou-se o objetivo do evento na parte da manhã: discutir o papel da cooperação internacional governamental para o desenvolvimento e sua influência na relação de cooperação com as organizações da sociedade civil no contexto brasileiro.

As reflexões foram permeadas por pistas, dados e recomendações do estudo: “A Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) pós 2015: agendas para as Organizações da Sociedade Civil brasileira”, lançado durante a roda de diálogo pelas autoras Maria Elisa Huber Pessina e Elsa Sousa Kraychete. A pesquisa ainda contou com a colaboração de André Coelho e Stella Ananda.

As autoras apresentaram o estudo, abordando entre outros: os principais conceitos do sistema de cooperação internacional para o desenvolvimento; agenda e números pós-2015; as organizações da sociedade civil (OSC) na cooperação internacional para o desenvolvimento; os principais programas de cooperação internacional para o desenvolvimento com o Brasil de: Alemanha, França, Noruega, Reino Unido e Suíçaa cooperação internacional para o desenvolvimento via OSC brasileiras, citando as experiências da Articulação do Semiárido Brasileiros (ASA) e da Associação Nacional de Agroecologia (ANA); e recomendações.

O estudo completo está disponível aqui: http://www.pad.org.br/lancamento-cooperacao-internacional-para-o-desenvolvimento-cid-pos-2015-agendas-para-as-organizacoes-da-sociedade-civil-brasileiras/

Para Sônia Mota, diretora executiva da CESE: “a pesquisa e as trocas da roda irão contribuir para formulação de estratégias de incidência junto à cooperação – tanto para diminuir as relações assimétricas como para fortalecer relações mais transparentes, entre agências e organizações da sociedade civil.”, afirma.

Letícia Tura, da FASE,  chama a atenção dos/as companheiros/as presentes para o fortalecimento do papel do setor corporativo como sujeitos (no apoio junto à cooperação) e o posicionamento da agenda do clima sob o prisma da mitigação. “É uma nova racionalidade econômica, a mercantilização da natureza. Para o PAD e organizações que estão aqui, quais são as consequências? Se há a destinação tão grande para uma só agenda, o que fica de fora? Onde ficam as questões das desigualdades de gênero? Que territórios estão ficando de fora, se é dada tanta prioridade a Amazônia?”, questiona-se Letícia, provocando a audiência.

O momento da tarde foi destinado a refletir sobre os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis sob a perspectiva dos direitos humanos e o lançamento do Estudo: “Os ODS à luz dos Direitos Humanos”.

Disponível em: http://www.pad.org.br/wp-content/uploads/2020/12/ODS_correto.pdf

Mércia Alves, do SOS Corpo e do PAD, trouxe o desafio de se pensar sobre os ODS tendo como referência o lugar da ação política das organizações e a realidade brasileira que vem se aguçando nos últimos anos, em um contexto regressivo no que tange à efetivação de direitos.

“Acho que essa coletânea dialoga muito com algumas experiências que vem acontecendo no âmbito da sociedade civil há mais de 10 anos, que são os relatórios, os informes alternativos que denunciam a situação de violações de direitos humanos, mas também anunciam a resistência. Vamos encontrar no rol das organizações diferentes campos de atuação e de luta política e que ao final está totalmente referenciada numa perspectiva crítica, reflexiva, construtiva e representativa na diversidade que somos na atuação da realidade brasileira. Mesmo nesse contexto a gente tem a capacidade de resiliência para repensar e dialogar coletivamente buscando saídas”, avalia Mércia.

Mathias Fernseher, de  Pão para o Mundo/ Brot für Die Welt, destaca a importância desses trabalhos, como narrativas muito importantes. “Uma base para nós agências denunciarmos o que não está sendo cumprido pelos governos”.

As rodas de diálogo estão disponíveis abaixo

Manhã: https://www.youtube.com/watch?v=VRPgT5Nv35w

Tarde: https://www.youtube.com/watch?v=-S2lk4V7L4o