III Congresso Latino-Americano de Ecologia Política

III Congresso Latino-Americano de Ecologia Política traz lutas ambientais para a UFBA entre 18 e 20 de março

Com o tema “Insurgências decoloniais e horizontes emancipatórios”, o evento reúne pesquisadores/as e ativistas da ecologia política na América Latina e no mundo.

Movimentos sociais, lideranças indígenas, quilombolas, sabedores de comunidades tradicionais, vítimas de crimes ambientais, da violência no campo, defensores e defensoras do ambiente, dos direitos da Terra, debaterão junto de cientistas, acadêmicos e ativistas, de diversos países, temas de preocupação comum sobre o destino do Planeta, das agressões aos modos de vida que defendem a natureza, os direitos da Terra, das formas de organização social alternativas ao sistema capitalista, colonialista e patriarcal.

Articulando discussões e experiências em torno do tema Insurgências decoloniais e horizontes emancipatórios, o III Congresso Latino-Americano de Ecologia Política movimenta o campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre os dias 18 e 20 de março de 2019, com mais de 400 pessoas, 40 sessões de trabalho, 20 mesas redondas, mesas plenárias de debates, instalações artísticas, oficinas, performances, ciclo de cinema e saraus. Arte, luta e pensamento em torno de questões comuns que articulam a possibilidade de construção de novos mundos, alternativos ao autoritarismo e a destruição do ambiente e das condições de vida.

O evento é promovido pela Rede Latinoamericana de Ecologia Política, uma articulação em construção e aberta. Segue a sequência de realização de dois congressos que aconteceram em Santiago (2014) e San Pedro de Atacama (2016), tendo agora a coordenação do professor Felipe Milanez (Pós-Cultura, IHAC) e organizado coletivamente por grupos de pesquisas e pós-graduação da UFBA, o Marsol (Biologia), o Geografar (Geografia), e os Programas de Pós-Graduação em Economia, em Cultura e Sociedade, Relações Internacionais, em colaboração com professoras e professores de outras universidades baianas e brasileiras (UFRB, UNILAB, UFABC, UNIFESP), chilenas (Universidad de Chile) e lideranças e intelectuais dos movimentos sociais, tendo o apoio do Grupo de Trabalho em Ecologia Política Desde América Latina Abya Yala, do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (CLACSO), da Fundação Rosa Luxemburgo, do Sinasefe e da CESE. De caráter multi, inter e transdisciplinar, reúne professores e professoras de diversas faculdades e institutos da UFBA que somaram forças para construir um ambiente de debates em defesa dos ambientes.

O evento é financiado pelos editais de fomento  PAEP, da Capes, e CNPQ, o que permitiu facilitar a vinda de convidadas e convidados. A UFBA acolheu o projeto e contribuiu para fornecer a infraestrutura necessária para a construção desse espaço livre de trocas de ideias e de pesquisa, com apoio logístico, administrativo, de divulgação.

ECOLOGIA POLÍTICA

Promover novas abordagens sobre a crise ecológica e os problemas ambientais é uma questão científica urgente, que pressupõe novos intercâmbios de experiências de pesquisas e construção de novas redes de trabalho. Nesse sentido, a ecologia política é uma perspectiva analítica crítica à dicotomia sociedade/Natureza, com foco na desigualdade das relações de poder e no acesso e controle dos recursos naturais como meios de produção e reprodução da vida.

A ecologia política é um emergente paradigma multi, inter e transdisciplinar que discute desigualdades de poder nas relações entre sociedade e ambiente, humanidades ambientais, crise ecológica, economia ecológica e questões relacionadas ao desenvolvimento e alternativas. Estas novas possibilidades de pesquisa discutem tanto o próprio objeto de pesquisa, como novas metodologias.

PROGRAMAÇÃO

Com uma programação diversificada entre mesas, sessões de trabalho, plenárias, rodas de diálogos, oficinas, atividades artísticas e culturais, saraus, poesias, entre outras paralelas ao evento, o III Congresso Latino-Americano de Ecologia Política pretende construir um espaço de encontros para diálogos, articulações e a troca de experiências entre intelectuais, ativistas, artistas e vários outros atores envolvidos diretamente com a questão ecológica e política no continente e no mundo. O evento conta com a participação de representantes de vários povos indígenas, pescadoras e pescadores, praticantes do candomblé e ecologistas.

mesa de abertura do congresso, no dia 18 de março, às 18h, contará com a presença de João Carlos Salles, Reitor da UFBA, e Juca Ferreira, ex-Ministro da Cultura.

Destacam-se as plenárias que ocorrem nos três dias do Congresso, das quais participam personalidades femininas importantes no cenário latino-americano e mundial de lutas e resistência na perspectiva emancipadora política e ecológica. A primeira, que ocorre logo após a abertura, tem como tema Paisagens das desigualdades e conta com a presença de Maristella Svampa (Univ. La Plata / Argentina), Alda Salomão (CTV / Moçambique) e Sonia Guajajara (APIB / Brasil). A segunda plenária, no dia 19 de março, trata de Cartografias das existências, trazendo como destaque as participações de Jussara Rêgo (MarsolUFBA/ Fiocruz), Catalina Toro Perez (UNC, Colombia), Alessandra Munduruku (UFPA, Associação Indígena Pariri), Guiomar Germani (Geografar/UFBA) e Jeovah Meirelles (UFC/Nova Cartografia Social). A terceira e última plenária aborda Horizontes emancipatórios e, para tanto, traz as participações de Stefania Barca (CES/Universidade de Coimbra), Ivonne Yanez (Acción Ecológica, Equador) e Ialorixá Bernadete Souza Ferreira Santos (agricultora, coordenadora de educação do assentamento Dom Helder Câmara, em Ilhéus).

Dentre as demais atividades, destacam-se mesas como Chico Mendes vive!, onde a imensa importância de Chico Mendes para o mundo será debatida numa roda de mulheres organizada por Edel Moraes, mestra em Sustentabildiade pela UNB e vice-presidenta do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS, organização fundada por Chico Mendes), e que conta com a participação de Angela Mendes, filha de Chico e Secretária de Mulheres do CNS, Claudelice Silva Santos, estudante de Direito na UNIFESSPA, no Pará, e irmã de José Cláudio Ribeiro da Silva e nora de Maria do Espírito Santo, casal de ambientalistas assassinados no Pará em 2011, e a ilustre presença de Sonia Guajajara, coordenadora da APIB e mais destacada liderança indígena do Brasil hoje.

A urgência dos desastres ambientais, após Brumadinho, terá grande espaço no congresso com a roda de diálogo Mariana, Barcarena, Brumadinho: mineração e crimes ambientais, e uma mesa sobre o tema. Haverá mesas teóricas para refletir sobre os caminhos da ecologia política no continente, contando com a presença das maiores intelectuais da área: Maristella Svampa, da Argentina, Catalina Toro Perez, da Colômbia, Beatriz Bustos, do Chile, e o historiador ambiental José Augusto Pádua, pioneiro da ecologia política no Brasil e professor da UFRJ.

A programação completa do Congresso está disponível em https://www.congressoecologiapolitica.org/programacao.

INFORMAÇÕES

Mais informações sobre o III Congresso Latino-Americano de Ecologia Política estão disponíveis no site https://www.congressoecologiapolitica.org/

CONTATOS:

Felipe Milanez – 71 99941-3344 | fmilanez@gmail.com

Miguel Accioly – 71 99981-5444 | acciolyufba@gmail.com

Confira aqui a programação

Inscrições