A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) realizaram uma Celebração Ecumênica no dia 28 de setembro de 2017, à noite, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre/RS.
O convite da Celebração, aberto à Comunidade, mencionava os tempos de pouco diálogo e demasiado confronto que temos vivido e que, nesse contexto, as Igrejas Cristãs podem contribuir para a busca de caminhos que passem do confronto e conflito à comunhão.
Recordando os 500 anos da Reforma (1517-2017), as Igrejas reunidas na Federação Luterana Mundial (FLM) e a Igreja Católica têm mantido diálogos fraternos, buscando identificar temas e causas que lhes permitem testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em parceria e comunhão. Fato é que as nossas diferenças são menores do que o amor de Deus, que nos abraça e envia para sermos sal e luz no mundo.
Nesse sentido, em 31 de outubro de 2016, o Presidente da FLM, Bispo Munib Younam, e o Papa Francisco presidiram a celebração ocorrida na Catedral Luterana, em Lund, na Suécia (clique aqui para acessar o vídeo).
Agora, a IECLB, filiada à FLM, e a Igreja Católica estenderam esse convite fraternal a todo o povo de Deus: testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em parceria e comunhão, como sal e luz do mundo, no caminho do conflito à comunhão!
A abertura da Celebração do dia 28 de setembro foi feita pelo Assessor Teológico da Presidência da IECLB, P. Dr. Romeu Martini, e conduzida por Dom Jaime Spengler, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e Presidente do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Francisco Biasin, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB, P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, e Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB.
Jovens e crianças católicas e luteranas também participaram da liturgia*, sendo que o Coral São Pedro (ICAR), além dos Grupos Anima e Cantabile (IECLB), executaram a parte musical. “Ao celebrarmos os 500 anos do movimento da Reforma, constatamos que, na origem do movimento, tivemos precisamente a convicção de fé da volta para a videira, um redirecionamento para a centralidade da fé evangélica – Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai. Esta mobilização trouxe frutos para a cristandade toda. Para o reencontro com essa centralidade, o Evangelho, o diálogo se mostrou como caminho fundamental de resistência a todos os monólogos que hoje apenas querem se impor, sem dar ouvidos ao que as outras pessoas têm a dizer!
O Espírito de Deus nos anima para a proclamação da mensagem da graça de Deus, que alcança as pessoas indistintamente e de forma incondicional. Deus age pelo seu Espírito e mobiliza os seus filhos e suas filhas para novos tempos. O Espírito de Deus nos convoca a sermos exemplos de acolhida para com as pessoas que comungam de crenças e valores diferentes das nossas. Em todas elas, reconhecemos pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus e igualmente amadas por Ele de forma incondicional. Buscamos passar do conflito, instaurado no corpo da Igreja, para a comunhão fraterna, que se coloca a serviço da promoção da paz, da justiça e da solidariedade.
Que o espírito imperante nos eventos relacionados ao Jubileu da Reforma perdure! Que a videira verdadeira, Jesus Cristo, alimente com a sua seiva os ramos eclesiásticos aqui reunidos neste dia! É totalmente indiferente olhar para o tamanho dos frutos pendentes nos ramos. Importa que os ramos estejam a serviço da videira – Jesus Cristo, sabedores que, sem ela, nada podemos fazer. Que Deus conceda um espírito de humildade e deixemos que ele proceda em nós o necessário processo de limpeza para que novos frutos brotem em abundância – frutos do conflito à comunhão!”, afirmou o Pastor Presidente da IECLB durante a sua pregação.
*A liturgia foi elaborada, com base na proposta da Celebração realizada em Lund, pelo Grupo de Liturgia da Comissão Luterana/Católico-Romana pela Unidade.
Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil